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País já cumpriu metade de sua meta fiscal
Alta da arrecadação ajudou e economia de estados, municípios e União para pagar juros está em 49% do esperado para o ano
Economistas cobram meta mais ambiciosa, para auxiliar combate à inflação sem que BC precise elevar os juros
EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA
Em apenas quatro meses,
o setor público cumpriu quase 50% da meta fiscal para
2011 e ajudou a esfriar a economia brasileira- e reduzir a
expectativa de inflação.
Economistas cobram agora uma meta ainda mais ambiciosa, para ajudar no combate à inflação sem que seja
necessário aumentar muito
mais a taxa básica de juros.
Ontem, o Banco Central divulgou o resultado das contas públicas. Assim como os
dados de crédito, indústria e
indicadores de preços recentes, os números contribuíram para tranquilizar o mercado. A expectativa de inflação, contudo, continua acima do previsto pelo governo.
A economia de União, Estados e municípios para pagar a dívida (superavit primário) cresceu 45% e chegou
a R$ 57,3 bilhões nos quatro
primeiros meses do ano.
O valor representa 49% da
meta de R$ 117,9 bilhões para
todo o ano. O percentual está
acima do verificado no mesmo período de 2009 e 2010,
mas abaixo do registrado entre 2006 e 2008.
Em 2009, o governo cortou
impostos e acelerou gastos
para enfrentar a crise. No ano
passado, apesar de a economia ter se recuperado, os gastos continuaram em alta, por
causa das eleições.
JURO RECORDE
Para obter o resultado, o
governo adiou investimentos
em obras e contou com aumento da arrecadação.
Para Eduardo Velho, economista-chefe da Prosper
Corretora, a meta será cumprida "com certa facilidade",
e o governo teria "espaço para aumentar o superavit e
ajudar mais o BC".
Fabio Kanczuk, da Faculdade de Economia e Administração da USP, diz que o
aumento da receita permite
um superavit maior. "Em um
momento bom para a economia como este é preciso um
ajuste fiscal ambicioso. Poupar, reduzir a dívida e ajudar
no combate à inflação."
No mês passado, o superavit primário foi de R$ 18,1 bilhões. Em 12 meses, o valor
está acima da meta: R$ 119,6
bilhões (3,14% do PIB).
Os juros pagos pelo governo bateram recorde: chegaram a R$ 78,6 bilhões (6,23%
do PIB) no ano, ante R$ 60 bilhões (5,33%) em igual período de 2010. A dívida do setor
público caiu a 39,8% do PIB.
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