São Paulo, quarta-feira, 01 de junho de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

País já cumpriu metade de sua meta fiscal

Alta da arrecadação ajudou e economia de estados, municípios e União para pagar juros está em 49% do esperado para o ano

Economistas cobram meta mais ambiciosa, para auxiliar combate à inflação sem que BC precise elevar os juros

EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA

Em apenas quatro meses, o setor público cumpriu quase 50% da meta fiscal para 2011 e ajudou a esfriar a economia brasileira- e reduzir a expectativa de inflação.
Economistas cobram agora uma meta ainda mais ambiciosa, para ajudar no combate à inflação sem que seja necessário aumentar muito mais a taxa básica de juros.
Ontem, o Banco Central divulgou o resultado das contas públicas. Assim como os dados de crédito, indústria e indicadores de preços recentes, os números contribuíram para tranquilizar o mercado. A expectativa de inflação, contudo, continua acima do previsto pelo governo.
A economia de União, Estados e municípios para pagar a dívida (superavit primário) cresceu 45% e chegou a R$ 57,3 bilhões nos quatro primeiros meses do ano.
O valor representa 49% da meta de R$ 117,9 bilhões para todo o ano. O percentual está acima do verificado no mesmo período de 2009 e 2010, mas abaixo do registrado entre 2006 e 2008.
Em 2009, o governo cortou impostos e acelerou gastos para enfrentar a crise. No ano passado, apesar de a economia ter se recuperado, os gastos continuaram em alta, por causa das eleições.

JURO RECORDE
Para obter o resultado, o governo adiou investimentos em obras e contou com aumento da arrecadação.
Para Eduardo Velho, economista-chefe da Prosper Corretora, a meta será cumprida "com certa facilidade", e o governo teria "espaço para aumentar o superavit e ajudar mais o BC".
Fabio Kanczuk, da Faculdade de Economia e Administração da USP, diz que o aumento da receita permite um superavit maior. "Em um momento bom para a economia como este é preciso um ajuste fiscal ambicioso. Poupar, reduzir a dívida e ajudar no combate à inflação."
No mês passado, o superavit primário foi de R$ 18,1 bilhões. Em 12 meses, o valor está acima da meta: R$ 119,6 bilhões (3,14% do PIB).
Os juros pagos pelo governo bateram recorde: chegaram a R$ 78,6 bilhões (6,23% do PIB) no ano, ante R$ 60 bilhões (5,33%) em igual período de 2010. A dívida do setor público caiu a 39,8% do PIB.


Texto Anterior: Elio Gaspari: A choldra e a banca duelarão no STF
Próximo Texto: Atividade industrial recua e indica freio maior na economia
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.