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Eleita terá de
mudar perfil de
técnico a político
DE SÃO PAULO
DE BRASÍLIA
DO RIO
Na Presidência, Dilma
Rousseff terá de ser menos
técnica e mais política e
ouvir os interlocutores na
tomada de decisões. Esse,
segundo aliados, será um
de seus grandes desafios.
Em outras palavras, ela
terá de deixar de ser a "gerente durona" da Casa Civil, que chegava a destratar colegas de trabalho,
para assumir um papel de
líder política do governo.
Um assessor do Palácio
do Planalto diz que ela sabe que terá de escolher alguém com perfil próximo
ao seu para ser o "cobrador implacável" que teve
com Lula.
Membros de sua equipe
dizem que ela já começou
a mudar na campanha.
A presidente eleita gosta de agir com rapidez. Demonstra impaciência com
a lentidão do governo.
Assessores dizem que,
na busca de dados, Dilma
leva seus subordinados
"ao limite da exaustão".
Ela queria saber o "detalhe do detalhe" de tudo.
Muitas vezes perdia a
paciência e tratava assessores, diretores de estatais
e ministros com rispidez,
em tom desrespeitoso.
Integrantes do Conselho de Administração da
Petrobras, que foi presidido por Dilma até abril passado, relatam que ela lia
antecipadamente os relatórios e já ia às reuniões
com posição fechada.
O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli,
teria chorado depois de
uma altercação com Dilma
por telefone. Os dois negam, mas a Folha ouviu a
história de várias pessoas.
(ANA FLOR, VALDO CRUZ, KENNEDY ALENCAR E PLÍNIO FRAGA)
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