São Paulo, segunda-feira, 01 de novembro de 2010 |
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Dilma manterá estabilidade, diz Palocci Nome mais forte para o próximo governo, petista diz que nova presidente não abandonará pilares da economia Ex-ministro da Fazenda, cotado para a Casa Civil, garante que não falou com Dilma sobre sua participação no governo
VALDO CRUZ
Folha - Qual será o primeiro passo da presidente Dilma? Antonio Palocci Filho - Com o presidente Lula, combinar como realizar a transição. Apesar de ser um governo de continuidade, temos de fazer um processo formal. No discurso, a presidente eleita falou em fazer uma poupança suficiente para garantir estabilidade econômica. Significa voltar a meta de superavit para 3,3% do PIB? Não temos ainda uma meta preestabelecida, mas ela já se comprometeu com uma suficiente para manter declinante a trajetória da dívida líquida. Isso vai presidir a postura fiscal da presidente. Uma poupança pública suficiente para declinar a dívida. Na campanha, ela falou em redução da dívida líquida para 30% do PIB em 2014. A meta é ter juros reais de 2% até o final do governo Dilma? Não temos uma meta de juros, mas de inflação. O Brasil está em condições de ter juros cada vez menores. A meta de inflação hoje é de 4,5%. Vai ser reduzida? Não é uma decisão tomada por ela, mas é uma possibilidade dada nesse período. Ela fará um ajuste fiscal? Não há crise fiscal. Não estamos num período de ajuste, embora não tenhamos nenhuma dificuldade em fazer a poupança que o Brasil precise para manter uma trajetória declinante da dívida. O dólar fraco hoje é uma grande dor de cabeça mundial e brasileira. A política cambial sofrerá ajustes? Não muda. A presidente Dilma vai manter a política flutuante. Mas essa é uma questão que precisamos acompanhar, o governo está tomando medidas. O sr. vai para a Casa Civil? Não tivemos nenhuma conversa sobre organização de governo. Estávamos esperando o resultado. Quando haverá nova equipe? Não haverá novo ministério antes de um período de dez dias depois das eleições. Quais foram os recados da presidente em seu pronunciamento pós-eleita? Primeiro, a garantia da estabilidade econômica. Não se abandonará os pilares fundamentais da estabilidade. Segundo, o pré-sal é uma poupança de longo prazo, não um gasto a ser feito no curto prazo. Terceiro, vamos governar com nossa aliança, mas estendemos a mão à oposição. Quarto, defendemos ampla liberdade de imprensa e valorizamos a imprensa crítica, que faz bem à democracia. Texto Anterior: Análise: Agora é Dilma Próximo Texto: Com controle do PMDB, Temer será vice com mais poder Índice | Comunicar Erros |
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