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O contrapeso tucano
PSDB ganha oito governos estaduais e vai administrar 47,5% do eleitorado brasileiro, maior percentual desde a vitória de FHC; no Congresso, Dilma deve ter a maior base de um presidente desde a redemocratização
SILVIO NAVARRO
DE SÃO PAULO
Derrotado na corrida à Presidência, o PSDB saiu das
eleições deste ano como o
campeão na disputa pelos
Estados -oito vitórias- e terá, a partir de janeiro, quase
metade do eleitorado brasileiro sob sua administração
-64,5 milhões, que representam 47,5% do total.
Os tucanos já haviam faturado a eleição no primeiro
turno em quatro Estados: São
Paulo, Minas Gerais, Paraná,
Tocantins, sendo os dois primeiros os maiores colégios
eleitorais do país.
A esse cinturão no Centro-Sul do mapa somaram-se vitórias em mais quatro praças
ontem: Alagoas, Pará e Goiás
e Roraima.
O resultado está acima dos
prognósticos mais otimistas
feitos pelo comando do partido no início da campanha,
cuja expectativa era faturar
no máximo seis Estados.
Em números, é o melhor
desempenho da sigla desde
1994 -52% dos eleitores-,
quando houve uma onda nos
Estados alavancada pela
eleição de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Em
2006, conseguiu 43%.
A fatia da oposição é composta ainda pelo DEM, que
faturou no primeiro turno em
Santa Catarina e no Rio Grande do Norte. Juntos, PSDB e
DEM detêm 52,5% do país.
A conquista oposicionista
nos Estados torna-se um contrapeso à vitória de Dilma
Rousseff (PT), que contará
com apoio certo de 16 governadores -o PMN, vencedor
no Amazonas, estava na chapa de José Serra (PSDB).
O PT teve crescimento discreto -de 13,5% para
15,7%-, faturando em quatro Estados (AC, BA, RS e SE)
e no Distrito Federal. Além da
reeleição na Bahia, a grande
vitória petista foi no Rio
Grande do Sul.
Maior partido do Brasil, o
PMDB encolheu e comandará 15,3% do eleitorado, ante
22,8% há quatro anos. A legenda administrará cinco Estados (MA, MS, MT, RJ e RO).
Outro destaque destas
eleições é o PSB, que termina
com seis vitórias (PB, CE, PE,
ES, PI e AP), totalizando
14,8% do eleitorado. A força
dos "socialistas" está concentrada no Nordeste.
CONGRESSO
O triunfo da oposição na
geopolítica do país é, entretanto, relativizado pela ampla maioria que Dilma terá
no Congresso.
De largada, a petista conta
com 311 dos 503 deputados.
Mas, se tomado o arco de partidos que hoje apoiam o governo Lula, ela teria uma base de 402 parlamentares -a
maior desde a redemocratização do Brasil.
Os principais alvos de negociação do futuro governo
Dilma serão PP, PTB e PV,
que não se coligarem formalmente em sua chapa na disputa ao Palácio do Planalto.
No Senado, a petista também terá maioria confortável, que variaria hoje entre 52
e 60 das 81 cadeiras.
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