São Paulo, segunda-feira, 02 de maio de 2011

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Sem Lula e Dilma, 1º de Maio leva tucanos ao palco

Alckmin discursa por um minuto e recebe vaias e aplausos de sindicalistas

Aécio diz que melhorias do país não podem ser atribuídas a governo ou a partido; Dilma falta, mas envia mensagem

Mario Angelo/Sigmapress/Folhapress
Senador Aécio Neves, ministro Carlos Lupi e Geraldo Alckmin na festa da Força, em SP

DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO

O palco que há um ano apresentou o ex-presidente Lula e a então pré-candidata à Presidência pelo PT, Dilma Rousseff, como estrelas da festa pelo Dia do Trabalho foi tomado ontem por dois tucanos: o senador Aécio Neves (MG) e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
Eles protagonizaram o evento organizado pela Força Sindical e outras quatro centrais na capital paulista. Cerca de um milhão de pessoas participaram da festa, segundo a Polícia Militar.
O ato foi mais um passo nas investidas dos dois líderes do PSDB pela aproximação com o movimento sindical. Dilma Rousseff foi convidada para o evento, mas na última sexta-feira avisou que não iria. Lula fez o mesmo.
A presidente está com uma pneumonia leve, diagnosticada ontem.
Durante a festa, no entanto, ficou claro que os tucanos terão que trabalhar para conquistar as bases das centrais. Alckmin foi vaiado no início de seu discurso.
Ele prosseguiu e, no final, foi aplaudido. "Foi uma coisa localizada, de pouca gente. A recepção foi muito calorosa", disse após o episódio.

"CHEIRO DO POVO"
Aécio enalteceu os trabalhadores e criticou o governo. Ele ressaltou o avanço da inflação e o "processo de desindustrialização" do país. Também aproveitou para dividir com o PSDB os louros pelo crescimento econômico.
"Se o Brasil é hoje um país melhor e mais justo, isso não é obra de um governo ou de um partido. É obra dos trabalhadores que, ao longo das últimas décadas, souberam impor sua agenda", afirmou o tucano.
À imprensa, o senador ironizou a iniciativa de Dilma de privatizar a operação de alguns aeroportos. "PT, bem-vindo ao maravilhoso mundo das privatizações".
O PT e o governo foram representados pelo presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), e os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência da República), e Carlos Lupi (Trabalho).
Todos minimizaram a presença da oposição no evento. "É importante que os políticos sintam de perto o cheiro do povo, valorizem o trabalhador", afirmou Carvalho.
O ministro leu uma mensagem em nome da presidente, que ressaltou a valorização do salário mínimo, o recorde na geração de empregos e o compromisso do governo em combater a inflação.
"Não permitirei em nenhuma hipótese que a inflação volte a corroer o salário do trabalhador", ressaltou a presidente no documento.
Após o ato político, houve a apresentação de artistas. Mas o evento terminou mais cedo que o previsto por conta das chuvas e de um problema com parte da estrutura do palco, que cedeu. Ninguém ficou ferido, mas alguns shows foram cancelados.


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