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Serra critica uso político de agências reguladoras
A ruralistas disse que quer "estatizar o Estado"
SIMONE IGLESIAS
FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA
Ao participar ontem de debate que, na ausência dos adversários, virou uma sabatina, o candidato do PSDB à
Presidência, José Serra, defendeu a "estatização do Estado brasileiro" e, por duas
horas e meia, fez críticas diretas ao governo Lula e indiretas à candidata petista, Dilma Rousseff.
Durante o evento, organizado pela CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária
do Brasil), as agências reguladoras foram alvos do candidato tucano.
"Nós temos que estatizar o
Estado brasileiro. Nós temos
que estatizar as agências reguladoras, [...] apropriadas
pelo setor privado, partidos,
sindicatos que supostamente
defendem classes sociais,
mas defendem muitos, não
todos, os seus próprios interesses, de seus dirigentes."
Entre as críticas que fez ao
presidente Lula, o tucano reclamou que o governo dá dinheiro "de forma disfarçada"
ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Disse também que a entidade usa a reforma agrária
como pretexto para tentar
implantar o socialismo.
Além disso, criticou os que
usam o boné do movimento,
como já fizeram Lula e Dilma.
Quanto a Dilma, lamentou
sua ausência em debates e
disse que campanha não pode ser feita só com publicidade, como se os candidatos
fossem "iogurte". "É uma pena que a gente não debata. É
importante para que a população possa fazer seu juízo."
Para Serra, Dilma tem rejeitado entrevistas e encontros porque "provavelmente
não sabe o que responder".
Dilma e a candidata do PV,
Marina Silva, foram convidadas. A petista recusou alegando problema de agenda.
Marina confirmou, mas acabou desistindo porque queria ter acesso às perguntas
antecipadamente.
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