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Lula pede tempo aos grevistas do Judiciário
Petista só quer discutir reajuste após eleições
LUCAS FERRAZ
DE BRASÍLIA
Pressionado pela cúpula
do Poder Judiciário por causa
de uma greve nacional que
completou ontem 54 dias, o
presidente Lula pediu tempo
aos grevistas.
Para ele, a decisão sobre o
reajuste salarial deverá ser
tomada depois das eleições,
já que o próximo presidente
deverá ser consultado sobre
as consequências do aumento nas contas públicas.
Segundo o ministro Paulo
Bernardo (Planejamento), o
governo não tem dinheiro
para reajustar os salários
neste ano -por isso a necessidade de consultar o eleito.
A Fenajufe (Federação Nacional dos Trabalhadores do
Judiciário Federal), insatisfeita com o pedido do governo, que não discutiu o mérito
da proposta, afirmou ontem
que a greve prossegue.
A paralisação nas Justiças
Federal, Trabalhista e Eleitoral, iniciada em 6 de maio, já
atinge mais de 20 Estados e o
Distrito Federal. A categoria
pede aumento de até 56%.
Duas reuniões ocorreram
em Brasília ontem. Pela manhã, Lula recebeu o presidente do STF, Cezar Peluso, e
Ricardo Lewandowski, ministro do Supremo e presidente do TSE.
Ambos manifestaram concordância com a proposta
dos grevistas, mas Lula ponderou sobre a impossibilidade de decidir durante o período eleitoral.
Em outro encontro, Paulo
Bernardo se reuniu com
membros da Fenajufe. Com a
permanência do impasse,
uma nova conversa foi agendada na próxima semana.
O último reajuste salarial
da categoria, de 2006, terminou de ser pago, de forma escalonada, em 2008. A proposta atual está em um projeto encaminhado ao Congresso em fevereiro deste ano.
TODA MÍDIA
A coluna de Nelson de Sá voltará
a ser publicada em 5 de julho
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