|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Berzoini diz ter pedido apuração de dossiê
Deputado, suspeito de produzir documento contra Mantega, diz ter procurado o ministro para pedir investigação
Objetivo do material era fazer com que ministro desistisse da nomeação de vice do BB para a presidência da Previ
LUCAS FERRAZ
DE BRASÍLIA
Apontado pelo Palácio do
Planalto como um dos suspeitos de produzir um dossiê
contra o ministro Guido Mantega (Fazenda), o deputado
federal Ricardo Berzoini
(SP), ex-presidente do PT, divulgou ontem em seu blog
uma carta em que se defende
das acusações.
Ele diz ter procurado Mantega e pedido a ele uma investigação para apurar responsabilidades pela elaboração do material.
Conforme a Folha revelou
ontem, o ministro da Fazenda foi alvo de um dossiê que
o governo atribui a uma ala
do PT egressa do sindicalismo bancário. O material acusa a filha do ministro, Marina
Mantega, de suposto tráfico
de influência dentro do Banco do Brasil -o que ela nega.
O objetivo era fazer com
que Guido Mantega desistisse da nomeação de Paulo
Caffarelli, vice-presidente do
BB, para a presidência da
Previ (fundo de pensão dos
funcionários do banco), cujo
patrimônio hoje soma cerca
de R$ 150 bilhões.
Caffarelli acabou não nomeado, assim como o nome
defendido para a Previ pelos
petistas da área bancária.
"Recentemente, em conversa com o ministro Mantega, sobre outros assuntos de
interesse da política econômica, comentei sobre a tal
carta apócrifa. (...) Sugeri ao
ministro que determinasse
ao BB a abertura de sindicância interna para apurar eventual participação de funcionários do banco em sua elaboração", escreveu Berzoini
em sua página na internet.
O deputado também nega
que seu afastamento da campanha presidencial de Dilma
Rousseff (PT) tenha relação
com o episódio. "Gostaria de
dedicar o ano de 2010 ao meu
mandato", afirmou.
O atual presidente do PT,
José Eduardo Dutra, confirmou que o dossiê, também
nomeado por ele como "carta
apócrifa", circulou em abril,
como consta na reportagem
da Folha. Ao analisar o caso,
foi irônico. "Desde a novela
"Direito de nascer" [exibida
entre 1964-65], nunca uma
carta anônima teve tanto
destaque na imprensa."
Sobre o fogo amigo petista, o senador tucano Alvaro
Dias (PR) afirmou que o PT
estaria se especializando na
elaboração de dossiês.
"Quando se começa a esquecer o último, aparece outro."
Texto Anterior: Análise: Debates vão exigir programas e propostas dos candidatos Próximo Texto: Prefeituras do PT exibem filme sobre a vida de Lula Índice
|