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Prefeituras do PT exibem filme sobre a vida de Lula
Em ano eleitoral, biografia do presidente tem sessões em praças e escolas
Administrações negam
caráter eleitoreiro da
divulgação da obra e
dizem que ideia é levar
cinema a quem não tem
FELIPE BÄCHTOLD
DE SÃO PAULO
"Venha assistir à saga da
família Silva, uma saga igual
a de tantas outras famílias do
Brasil." A frase está em um
convite da Prefeitura de Morro Agudo (SP) para uma sessão pública, em maio, do filme "Lula, o Filho do Brasil"
em uma escola da cidade.
Sete meses após o lançamento, a obra sobre a vida do
presidente vem sendo exibida pelo país a populações
sem condições de ir ao cinema em uma série de eventos,
muitos deles bancados por
administrações petistas.
A Folha localizou ao menos dez cidades que exibiram
"Lula" nos últimos meses.
Em tendas montadas em
praças ou em locais públicos,
já houve até "pipoca distribuída gratuitamente", como
divulgado em Morro Agudo.
Ocorreram exibições ainda na Assembleia de Pernambuco, em junho, em um
evento do Bolsa Família em
Porto Velho (RO) e em uma
parceria do produtor com um
prefeito petista no Rio.
No Dia do Trabalho, o filme foi incluído na programação das festas das prefeituras
petistas de Caratinga (MG) e
Novo Hamburgo (RS).
A produção, que conta a
trajetória de Lula desde
criança até 1980, foi o filme
nacional com orçamento
mais caro da história, mas
não teve o público esperado
no circuito de cinemas.
Em duas cidades, a exibição ganhou o mesmo nome:
"Cinema na Praça". Em Carmópolis (SE), município de
13 mil habitantes, material
divulgado pela prefeitura diz
que "centenas de pessoas
puderam conhecer a história
do nosso presidente".
Em Bagé (RS), onde a prefeitura também é do PT, foi o
único filme incluído na programação da Semana da Mulher 2010, em março.
OUTRO LADO
Os organizadores das projeções negam o caráter eleitoreiro e dizem que o público
não faz relação com a campanha. "O filme não conta a história dele como político. Conta como líder sindical", diz o
secretário da Cultura de Caratinga (MG), Juarez Gomes.
Em Alfenas (MG), onde o
filme foi exibido na última
segunda-feira, a prefeitura
fala que não houve reclamações de políticos locais nem
da Justiça Eleitoral.
A Prefeitura de Belford Roxo (RJ) diz que as exibições
foram uma forma de chamar
a atenção para o fato de a cidade não possuir cinemas.
A direção nacional do PT
disse que não dá nenhuma
orientação sobre a exibição
do filme e que a obra deve ser
pensada como um "produto
cultural". Afirmou ainda que
não há relação entre sua exibição e a campanha.
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na coluna
Mônica Bergamo
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