São Paulo, segunda-feira, 02 de agosto de 2010

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Prefeituras do PT exibem filme sobre a vida de Lula

Em ano eleitoral, biografia do presidente tem sessões em praças e escolas

Administrações negam caráter eleitoreiro da divulgação da obra e dizem que ideia é levar cinema a quem não tem

FELIPE BÄCHTOLD
DE SÃO PAULO

"Venha assistir à saga da família Silva, uma saga igual a de tantas outras famílias do Brasil." A frase está em um convite da Prefeitura de Morro Agudo (SP) para uma sessão pública, em maio, do filme "Lula, o Filho do Brasil" em uma escola da cidade.
Sete meses após o lançamento, a obra sobre a vida do presidente vem sendo exibida pelo país a populações sem condições de ir ao cinema em uma série de eventos, muitos deles bancados por administrações petistas.
A Folha localizou ao menos dez cidades que exibiram "Lula" nos últimos meses.
Em tendas montadas em praças ou em locais públicos, já houve até "pipoca distribuída gratuitamente", como divulgado em Morro Agudo.
Ocorreram exibições ainda na Assembleia de Pernambuco, em junho, em um evento do Bolsa Família em Porto Velho (RO) e em uma parceria do produtor com um prefeito petista no Rio.
No Dia do Trabalho, o filme foi incluído na programação das festas das prefeituras petistas de Caratinga (MG) e Novo Hamburgo (RS).
A produção, que conta a trajetória de Lula desde criança até 1980, foi o filme nacional com orçamento mais caro da história, mas não teve o público esperado no circuito de cinemas.
Em duas cidades, a exibição ganhou o mesmo nome: "Cinema na Praça". Em Carmópolis (SE), município de 13 mil habitantes, material divulgado pela prefeitura diz que "centenas de pessoas puderam conhecer a história do nosso presidente".
Em Bagé (RS), onde a prefeitura também é do PT, foi o único filme incluído na programação da Semana da Mulher 2010, em março.

OUTRO LADO
Os organizadores das projeções negam o caráter eleitoreiro e dizem que o público não faz relação com a campanha. "O filme não conta a história dele como político. Conta como líder sindical", diz o secretário da Cultura de Caratinga (MG), Juarez Gomes.
Em Alfenas (MG), onde o filme foi exibido na última segunda-feira, a prefeitura fala que não houve reclamações de políticos locais nem da Justiça Eleitoral.
A Prefeitura de Belford Roxo (RJ) diz que as exibições foram uma forma de chamar a atenção para o fato de a cidade não possuir cinemas.
A direção nacional do PT disse que não dá nenhuma orientação sobre a exibição do filme e que a obra deve ser pensada como um "produto cultural". Afirmou ainda que não há relação entre sua exibição e a campanha.


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Mônica Bergamo


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