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Não há uso político da Receita, diz Lula
Planalto avalia que órgão conduziu mal investigações sobre violação do sigilo de EJ
Gilberto Carvalho diz que campanha de Dilma nunca teve interesse em fabricar dossiês e vê desespero da oposição
FÁBIO AMATO
SIMONE IGLESIAS
DE BRASÍLIA
O presidente Lula afirmou
ontem que não há prova de
que há uso político da Receita. Para o chefe de gabinete
da Presidência, Gilberto Carvalho, a confecção de dossiês
para atingir rivais provou ser
"ineficaz", e não haveria motivo para produzi-los.
O governo e o comando da
campanha de Dilma avaliam, porém, que a Receita
conduziu mal as investigações sobre a quebra de sigilo
fiscal de tucanos e acabou
produzindo "notícia negativa" para a candidata petista.
"Vamos saber o que está
acontecendo porque não falta gente para tentar causar
problema em época eleitoral.
Eu confio na seriedade da Receita e da Polícia Federal",
disse Lula. "Precisamos saber que não é a primeira vez
que aparece essa coisa de
dossiê em campanha e não é
a primeira vez que é desmentida essa coisa", completou.
Lula disse que a "curiosidade" dos jornalistas a respeito do caso da filha de José
Serra seria esclarecida. Depois, a Receita admitiu que a
quebra de sigilo foi feita com
base em documento falso.
Gilberto Carvalho responsabilizou o PSDB pelo vazamento de informações. "Para
a campanha da Dilma nunca
interessou fabricar dossiês.
Ela há muito concluiu que,
do ponto de vista eleitoral, é
de uma ineficácia absoluta
para nós. O episódio é uma
bala de prata que pode ser
uma bala perdida da guerra
entre eles. Reflete desespero
e uma necessidade absoluta
de criar um fato político para
alterar um quadro eleitoral
que está se desenhando."
Na avaliação de assessores
de Lula e de petistas, a Receita não deveria ter incluído o
nome da filha de Serra na documentação enviada ao Ministério Público sobre a quebra de sigilo de tucanos.
Como a primeira checagem indicava que o acesso
aos dados de Veronica Serra
havia sido feito de forma justificada, a equipe de Dilma
considera que a Receita não
tinha por que inclui-lo no
processo. Ao fazê-lo, acabou
dando munição ao PSDB.
Depois, queixam-se assessores de Lula, a Receita ainda
provocou desgaste porque
divulgou que o acesso havia
sido feito por meio de procuração de Veronica sem checar a autenticidade. Informado de que a procuração era
falsa, Lula ordenou a Guido
Mantega que a Receita deveria esclarecer o caso.
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