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Presidente decidirá sobre temas espinhosos
DE BRASÍLIA
O presidente Lula decidiu
tomar decisões sobre temas
espinhosos no apagar das luzes de seu governo com a intenção de não deixar à sua
sucessora, Dilma Rousseff,
uma herança de assuntos
embaraçosos a resolver.
Lula não pretende fazer
nada sem consultar Dilma,
mas está disposto a arcar sozinho com eventuais desgastes também com estes temas.
Nas palavras de um ministro, "o que são três ou quatro
pontos percentuais para
quem tem mais de 80% de
popularidade?".
Segundo a Folha apurou,
o presidente quer deixar o caminho livre para a nova presidente começar sua gestão
sem, ou quase nenhum, "esqueleto no armário".
Há pendências antigas
que foram jogadas para os últimos meses justamente para
que não prejudicassem a
candidatura governista nas
eleições presidenciais.
O presidente terá de indicar o novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF),
opção que discutirá com Dilma. O nome mais forte é o de
Cesar Asfor Rocha, do Superior Tribunal de Justiça.
O pedido de extradição do
italiano Cesare Battisti também será riscado da lista de
pendências. O presidente vai
autorizar sua permanência
no Brasil. O ex-terrorista foi
condenado à prisão perpétua
em seu país por quatro assassinatos, o que ele nega.
No campo regulatório, o
novo código da mineração
será assunto central do grupo de transição.
A proposta estava pronta
na Casa Civil, mas Lula fez reparos ao texto no início deste
mês. O Congresso receberá o
projeto em dezembro, depois
de passar pelo aval de Dilma.
Entre as pendências, há
itens que serão deixados de
herança para 2011: o reajuste
anual do Bolsa Família e a
Consolidação das Leis Sociais, por exemplo.
Em reunião da Unasul
(União das Nações Sul-Americanas), na Guiana, no fim
do mês, Lula terá de tratar da
situação de Honduras. O Brasil ainda não reconheceu o
governo eleito de Porfírio
"Pepe" Lobo, que assumiu
após a destituição de Manuel
Zelaya, aliado de Lula.
Mas Lula não passará os
últimos 60 dias de governo
só resolvendo problemas. Ele
quer inaugurar obras que
considera emblemáticas de
sua gestão. Ele pediu a sua
assessoria que organize uma
inauguração em dia 31 de dezembro, preferencialmente
de um trecho da Transposição do São Francisco ou relacionada ao pré-sal.
(NATUZA NERY E SIMONE IGLESIAS)
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