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PMDB corteja DEM para presidir Câmara
Partido do vice Michel Temer quer ter apoio de deputados oposicionistas para desbancar o PT na sucessão na Casa
Já o PT tenta obter apoio do PV, além das siglas que hoje integram o "bloquinho", formado
por PSB, PDT e PC do B
MARIA CLARA CABRAL
DE BRASÍLIA
Horas depois de ver Dilma
Rousseff eleita presidente, o
PMDB, partido do vice Michel Temer, já atua para
atrair líderes da oposição. O
intuito é ganhar força para
derrotar o PT na corrida pela
presidência da Câmara.
Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN), candidato à vaga e escudeiro de Temer,
quer investir no DEM, que
saiu enfraquecido das eleições e tem vários deputados
insatisfeitos. A estratégia é
conquistar o apoio de deputados para ter mais peso que
o PT na disputa.
"Quero ser o presidente do
maior ao menor partido, independentemente de quem
seja da oposição ou do governo", afirma Alves.
O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza
(PT-SP), um dos cotados para
concorrer à vaga pelo PT, nega qualquer tipo de conflito
com os aliados. Diz que o "casamento" deve ficar intacto
em todo o mandato de Dilma.
O PT também já traçou
seus planos para contra-atacar o PMDB. A resposta é cortejar deputados de partidos
que formam hoje o bloquinho, como PSB, PDT e PC do
B, além do PV. Com isso, a
bancada de apoio ao PT ficaria com mais de 170 congressistas, enquanto PMDB e
DEM ficariam com 112.
O partido já tem também
embates por postos de comando. Além de Vaccarezza,
outros dois deputados pleiteiam a presidência da Câmara: Arlindo Chinaglia (PT-SP)
e João Paulo Cunha (PT-SP).
Vaccarezza está na frente
na banca de apostas, mas um
quarto nome pode ganhar
forças. O vice-presidente da
Câmara, Marco Maia (PT-RS),
acredita que nesses últimos
dois meses de trabalho possa
ganhar visibilidade ao comandar sessões da Câmara,
com o afastamento do presidente da Casa, Michel Temer
(PMDB-SP), eleito vice.
RACHA
Apesar dos esforços peemedebistas, os democratas
ainda estão rachados. O deputado ACM Neto (DEM-BA)
admite conversar, mas nega que já tenha sido procurado.
Já o presidente do DEM,
Rodrigo Maia (RJ), fala que é
preciso respeitar a tradição
-que diz que a maior bancada tem o direito à presidência- e que o PMDB não pode
presidir Câmara e Senado.
Como o PMDB é maior entre os senadores, acredita-se
que eles devem indicar alguém da legenda para a presidência da Casa.
Deve haver briga no próprio partido, com Edison Lobão (PMDB-MA), Renan Calheiros (PMDB-AL), Garibaldi
Alves (PMDB-RN) e Eunício
Oliveira (PMDB-CE) sendo
cotados para o cargo.
O cortejo do PMDB ao DEM
vai além da Câmara. Parlamentares da oposição estudam migrar para a base aliada. O entrave no momento é
a lei da fidelidade partidária.
Em São Paulo, há conversas entre o prefeito Gilberto
Kassab (DEM) e Temer.
Colaborou GABRIELA GUERREIRO, de
Brasília
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