São Paulo, terça-feira, 02 de novembro de 2010

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Tucanos de Minas negam culpa por derrota

Líderes mineiros do PSDB rebatem crítica feita por coordenador de programa de Serra

RODRIGO VIZEU
PAULO PEIXOTO
DE BELO HORIZONTE

Os tucanos de Minas se eximiram ontem de responsabilidade pela derrota de José Serra (PSDB). No Estado, onde alguns acreditavam que o senador eleito Aécio Neves viraria o jogo, a vantagem percentual de Dilma Rousseff (PT) foi maior do que a conseguida no país.
No Brasil, Dilma venceu com 56,05% dos votos ante 43,95%; em Minas, o placar foi 58,45% a 41,55%.
A estratégia mineira é pregar a unidade do partido e o fim da "hegemonia de quem quer que seja" -num recado aos tucanos de São Paulo.
O presidente do PSDB-MG, Narcio Rodrigues, disse que houve "grande empenho" e argumentou: "Se 100% dos eleitores mineiros tivessem votado em Serra, ainda assim teríamos perdido as eleições por milhões de votos".
Ele divulgou nota após Xico Graziano, coordenador do programa de governo de Serra, ter publicado no Twitter a mensagem em que dizia: "Perdemos feio em Minas Gerais. Por que será?" Ontem, Graziano pediu desculpas.
"Nada fica sem resposta, mas não queremos incentivar nenhuma briga e debate estéril", disse o deputado Rodrigo de Castro (MG), secretário-geral do PSDB nacional e responsável pela campanha de Serra em Minas.
Castro disse que não deve haver cisão entre tucanos.
"É fundamental ter o partido unido. Não se faz um projeto presidencial pensando na hegemonia de quem quer que seja ou de um Estado em relação a outro", afirmou.

NORDESTE
O deputado disse que, após três derrotas presidenciais, "alguma coisa precisa ser revista".
Ele concorda que a autocrítica tucana feita em 2006 sobre ter dificuldades de comunicação e ter uma base fraca no Nordeste não amenizou os problemas.
No PSDB mineiro é citado o exemplo de Marina Silva na campanha, que conseguiu impor a bandeira ambiental como questão identificada com ela. É esse tipo de protagonismo que os tucanos mineiros acham que o partido perdeu e precisa retomar.
O governador Antonio Anastasia (PSDB) disse que as críticas ao esforço mineiro são de "vozes que não têm maior expressão". Ele lembrou que o próprio Serra reconheceu o empenho de Aécio no último sábado em BH.
Anastasia justificou a derrota maior do que no Brasil com o argumento de que o mesmo aconteceu em 2002 e 2006. Segundo ele, a população optou pela continuidade.
Aécio concentrou o empenho por Serra no segundo turno, já que no primeiro sua prioridade era sua própria eleição como senador e a reeleição de Anastasia.
Os tucanos sempre consideraram obstáculos a Serra a alta popularidade de Lula e o fato de Dilma ser mineira.


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