São Paulo, quinta-feira, 02 de dezembro de 2010

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PRESIDENTE 40 A TRANSIÇÃO

PT e PMDB definem rodízio na Câmara

Pelo acordo, um petista chefiará Casa no primeiro biênio da nova legislatura e será sucedido por um peemedebista

Para assegurar o pacto, PT abre mão de exigir um entendimento igual no Senado, onde a maioria é do PMDB

MARIA CLARA CABRAL
NATUZA NERY
DE BRASÍLIA

PT e PMDB fecharam um acordo para o comando da Câmara. Pelo entendimento, a presidência da Casa ficará com os petistas nos primeiros dois anos do mandato de Dilma Rousseff, enquanto os peemedebistas assumem o segundo biênio.
O acerto é uma dor de cabeça a menos para a presidente eleita, pois pacifica as relações entre as duas principais forças da Casa, onde o PT é a maior bancada.
Um documento selando os termos do compromisso deve ser assinado na próxima semana. O presidente do PT, José Eduardo Dutra, ligou ontem para o presidente do PMDB e vice-presidente eleito, Michel Temer (SP), para comunicar a decisão.
Para viabilizar o acordo, os petistas desistiram de exigir procedimento semelhante no Senado, onde a lógica é inversa. Lá, o PMDB é maioria e, o PT, o segundo grupo mais forte.
Os dois partidos disputavam o comando da Câmara no período de 2011-2013, crucial à governabilidade da presidente eleita. Com o pacto, o PMDB abre mão do direito de disputar a presidência agora, com a garantia de ter o apoio do aliado para comandar a Casa nos dois últimos anos da legislatura.
No desenho combinado, crescem as chances de que o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), seja o indicado da base governista para disputar o cargo como favorito. Há, no entanto, outros petistas no páreo.
As eleições para o comando da Câmara e do Senado acontecerão em 1º de fevereiro. A união entre os dois maiores partidos do Congresso torna improvável um triunfo de outro candidato.
Segundo líderes das duas legendas, o acordo só pode ser desfeito caso o blocão (união anunciada pelo PMDB com PR, PP, PTB e PSC para ocupar os melhores espaços da Câmara) seja, de fato, criado sem incluir o PT.
"Queremos envolver [no acordo] o conjunto dos partidos da Casa. Temos que caminhar juntos", disse Vaccarezza. Além dele, Marco Maia (PT-RS), João Paulo Cunha (PT-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP) brigam pela indicação. A bancada tem reunião na próxima segunda.
Pelo PMDB, o líder Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) é o nome de consenso.


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