São Paulo, segunda-feira, 03 de janeiro de 2011

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Governo conclui caso Erenice sem punição

Sindicância da Casa Civil termina sem responsabilizar ninguém por acusações de tráfico de influência na pasta

Investigação continua na Polícia Federal, que apura se familiares da ex-ministra fizeram lobby para empresas

Sergio Lima/Folhapress
Antonio Palocci toma posse como novo ministro-chefe da Casa Civil, em cerimônia ocorrida no Palácio do Planalto

SIMONE IGLESIAS
RUBENS VALENTE
DE BRASÍLIA

A sindicância instalada pela Casa Civil em 16 de setembro passado para apurar o envolvimento de servidores do órgão no tráfico de influência na gestão da ex-ministra Erenice Guerra chegou ao fim sem pedir punições.
O caso, contudo, continua sob investigação em inquérito aberto pela Polícia Federal e acompanhado pelo Ministério Público Federal.
A sindicância não investigou Erenice porque, segundo a Casa Civil, o órgão não tem poderes para isso.
A ex-braço direito e sucessora de Dilma Rousseff na Casa Civil caiu após a Folha mostrar que a estrutura do ministério foi usada por seu filho, Israel Guerra.
Segundo empresários, ele cobrava para facilitar acesso a negócios do governo.
Durante a sindicância, dois ex-funcionários da Casa Civil foram investigados: Vinicius Castro e Stevan Knezevic. Ambos pediram demissão em setembro, quando as denúncias vieram a público.
Knezevic era apontado como operador de um esquema que viabilizava a liberação de empréstimos do BNDES para clientes da empresa de consultoria de Israel.
Sobre Castro, havia também a suspeita de que acessava computadores de outros órgãos, como a SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos) e o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), para fornecer dados a uma empresa interessada no Plano Nacional de Banda Larga.
Castro deixou o governo e Knezevic voltou para a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), onde é servidor.
Com base no relatório da comissão de sindicância interna, coube ao ministro Carlos Eduardo Esteves (Casa Civil) decidir o que fazer.
A sindicância foi prorrogada duas vezes, a última delas para não coincidir com a última semana da campanha.
Segundo a pasta, não houve sugestão de punição a Castro porque a investigação não comprovou envolvimento dele com as denúncias.
Já a situação de Knezevic será decidida pelo Ministério da Defesa, pasta à que a Anac é subordinada. Ele não depôs na comissão de sindicância pois, como servidor de outro órgão, podia se recusar.
A Casa Civil remeterá ao Ministério da Defesa e à Comissão de Ética Pública da Presidência o relatório final.


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