São Paulo, quinta-feira, 03 de março de 2011

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Insatisfeita com PDT, Dilma veta presença do partido em reunião

Pedetista diz que aliado não é "subordinado" e que se sente "confortável" com falta de convite

DE BRASÍLIA

A presidente Dilma Rousseff impôs um inédito veto à participação do PDT na reunião realizada ontem no Palácio do Planalto com os líderes aliados da Câmara.
O veto foi um recado para mostrar a insatisfação com sigla do ministro Carlos Lupi (Trabalho), que defendeu salário mínimo de R$ 560, e não o de R$ 545 definido pela equipe econômica.
O ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, disse que o encontro foi para líderes que "estavam 100% afinados com o governo".
Deputados disseram que a presidente não falou sobre o assunto durante o encontro, mas que agradeceu a "unidade" e o "bom desempenho" nas votações da Casa.
À Folha o líder do PDT, Giovanni Queiroz (PA), disse ter ficado "muito confortável" com o fato de não ter sido convidado para a reunião com Dilma. "Se fosse convidado, não iria mesmo. E seria indelicado recusar um convite da presidente."
Dos 26 deputados federais do PDT presentes na sessão que votou o mínimo, 9 votaram contra o governo.
Apesar da situação, o deputado disse que a ausência do PDT na reunião não significa que o partido está fora da base aliada do governo. "Nós somos aliados, não subordinados", afirmou.
O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, não quis falar ontem.
Na página da central na internet, porém, ele publicou artigo intitulado "Decepção com o início do governo", com crítica a Dilma. Mas diz que, "apesar disso, o movimento sindical não pretende romper com a presidenta".
Em uma entrevista ao portal Terra Magazine, o deputado foi ainda mais duro: "Se o PT abandonou os trabalhadores, a culpa não é nossa. Manda o PT se f... Estou de saco cheio deles já".
Na Câmara, o governo conseguiu aprovar salário de R$ 545 com larga margem de votos e com o total apoio do PMDB. No PT, foram duas traições.
No Senado, o apoio majoritário se reproduziu com poucas defecções na base governista. A lei, inclusive, já foi sancionada.
Durante a reunião de ontem, Dilma informou que pretende, a partir deste mês, retomar as reuniões do Conselho Político, fórum utilizado pelo ex-presidente Lula para manter uma ponte com aliados do Legislativo.
Devido a uma norma do governo, os líderes partidários tiveram que deixar seus celulares do lado de fora da sala onde se encontraram com Dilma.
(MARIA CLARA CABRAL, BRENO COSTA e NATUZA NERY)


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