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Insatisfeita com PDT, Dilma veta presença do partido em reunião
Pedetista diz que aliado não é "subordinado" e que se sente "confortável" com falta de convite
DE BRASÍLIA
A presidente Dilma Rousseff impôs um inédito veto à
participação do PDT na reunião realizada ontem no Palácio do Planalto com os líderes aliados da Câmara.
O veto foi um recado para
mostrar a insatisfação com
sigla do ministro Carlos Lupi
(Trabalho), que defendeu salário mínimo de R$ 560, e
não o de R$ 545 definido pela
equipe econômica.
O ministro das Relações
Institucionais, Luiz Sérgio,
disse que o encontro foi para
líderes que "estavam 100%
afinados com o governo".
Deputados disseram que a
presidente não falou sobre o
assunto durante o encontro,
mas que agradeceu a "unidade" e o "bom desempenho"
nas votações da Casa.
À Folha o líder do PDT,
Giovanni Queiroz (PA), disse
ter ficado "muito confortável" com o fato de não ter sido convidado para a reunião
com Dilma. "Se fosse convidado, não iria mesmo. E seria
indelicado recusar um convite da presidente."
Dos 26 deputados federais
do PDT presentes na sessão
que votou o mínimo, 9 votaram contra o governo.
Apesar da situação, o deputado disse que a ausência
do PDT na reunião não significa que o partido está fora da
base aliada do governo. "Nós
somos aliados, não subordinados", afirmou.
O deputado Paulo Pereira
da Silva (PDT-SP), presidente
da Força Sindical, não quis
falar ontem.
Na página da central na internet, porém, ele publicou
artigo intitulado "Decepção
com o início do governo",
com crítica a Dilma. Mas diz
que, "apesar disso, o movimento sindical não pretende
romper com a presidenta".
Em uma entrevista ao portal Terra Magazine, o deputado foi ainda mais duro: "Se o
PT abandonou os trabalhadores, a culpa não é nossa.
Manda o PT se f... Estou de
saco cheio deles já".
Na Câmara, o governo conseguiu aprovar salário de R$
545 com larga margem de votos e com o total apoio do
PMDB. No PT, foram duas
traições.
No Senado, o apoio majoritário se reproduziu com
poucas defecções na base governista. A lei, inclusive, já
foi sancionada.
Durante a reunião de ontem, Dilma informou que
pretende, a partir deste mês,
retomar as reuniões do Conselho Político, fórum utilizado pelo ex-presidente Lula
para manter uma ponte com
aliados do Legislativo.
Devido a uma norma do
governo, os líderes partidários tiveram que deixar seus
celulares do lado de fora da
sala onde se encontraram
com Dilma.
(MARIA CLARA CABRAL, BRENO COSTA e NATUZA NERY)
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