São Paulo, sábado, 03 de julho de 2010

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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010

Falta de palanque municipal preocupa PV

Legenda de Marina tem 78 prefeitos, principalmente em SP, no MA e em MG; em 11 Estados, não tem nenhum

"Sem prefeitura, não tem como mostrar que se tem capacidade de administrar", reconhece José Carlos Lima, do PA


FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA

Além da carência de palanques estaduais, a presidenciável Marina Silva (PV) terá de lidar com o baixo número de prefeituras sob comando do partido, o que, na prática, pode dificultar a aproximação entre a candidata e o eleitorado.
Nas últimas eleições municipais, a legenda conquistou 78 prefeituras em todo o país (entre 5.565 cidades), concentradas principalmente em São Paulo (23), Maranhão (20) e Minas Gerais (15).
Desse total, apenas oito cidades dirigidas pelo partido têm mais de 100 mil habitantes. Em 2004, o PV ganhou a eleição em 57 municípios.
A anemia municipal já é motivo de preocupação entre os dirigentes nos Estados. "Sem prefeitura, não tem como mostrar que você tem capacidade de administrar os problemas ambientais e a vida das pessoas", reconhece José Carlos Lima, presidente do diretório do Pará, que tem apenas uma prefeitura verde.
No Nordeste, onde Marina é desconhecida por 34% da população, segundo a última pesquisa do Vox Populi, os prefeitos do PV estão, em sua maioria, no Maranhão.
Uma das principais lideranças verdes na região, o deputado federal Zequinha Sarney se opôs à candidatura própria ao governo do Estado. A irmã do congressista, a governadora Roseana Sarney (PMDB), tentará a reeleição em outubro e já garantiu o palanque para a candidata do PT, Dilma Rousseff.
Mas a aliança com a candidata petista pode limitar ainda mais o número de municípios-palanque para Marina.
"Isso é um complicador. Aqui está praticamente definido que vamos com a Dilma, porque ao governo [o apoio] vai ser à Roseana", afirma o prefeito do município de Codó, José Rolim Filho (PV). Segundo ele, a decisão será tomada após encontro com o deputado Sarney, na próxima semana.

DIÁLOGO
Sem uma única prefeitura em 11 Estados, o PV pretende investir no diálogo com associações locais e redes espontâneas de apoio à candidatura de Marina.
"Como temos um número muito pequeno [de prefeitos], nós estamos privilegiando os movimentos organizados. Não vamos fazer uma estratégia para as prefeituras", afirma o presidente nacional da legenda, José Luiz Penna.
Para alguns dirigentes do partido, a própria candidatura de Marina dará mais densidade política ao PV.
"Estamos construindo um partido. Vamos sair destas eleições com as candidaturas regionais fortalecidas", diz José Aparecido, presidente do diretório do PV em Minas e candidato ao governo.


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