São Paulo, segunda-feira, 03 de outubro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Procuradores obtêm direito de ganhar acima de teto

AGUIRRE TALENTO
DE SÃO PAULO

Procuradores municipais de nove cidades obtiveram, por meio de acordos ou ações na Justiça, o direito de ultrapassar o teto salarial do funcionalismo municipal.
A questão está em discussão no STF (Supremo Tribunal Federal), que analisa uma ação referente ao teto salarial da prefeitura de Santos.
Decisão a favor dos procuradores teria o efeito cascata de aumentar o teto dos procuradores em todos os municípios, permitindo altos salários e causando impacto nos cofres públicos.
Antes limitados a tetos de cerca de R$ 15 mil, os procuradores podem ganhar até R$ 24,1 mil.
A Constituição diz que o salário do prefeito é a remuneração máxima da folha de pessoal dos municípios.
As associações de procuradores argumentam que o teto salarial deles é a remuneração do desembargador do Tribunal de Justiça.
O fato alimentou disputas judiciais entre as associações de procuradores e as prefeituras. O Ministério Público de alguns Estados também questiona o que chama de "supersalários" dos procuradores.
Só em Belo Horizonte as associações ainda não conseguiram elevar o teto. A decisão mais recente da Justiça é favorável à prefeitura, mas a ação ainda tramita.
A elevação pode causar um aumento médio de até R$ 1 milhão anual nas despesas das prefeituras com a folha de pagamento.
O maior impacto nos cofres públicos é no Rio de Janeiro, onde todos os 98 procuradores municipais ganham mais que o prefeito Eduardo Paes (PMDB). A remuneração do prefeito é de R$ 13,2 mil, e o subsídio inicial da carreira de procurador é R$ 14 mil.
Se o teto fosse o salário do prefeito, a administração economizaria no mínimo R$ 824 mil por ano.
A ação no STF já está pronta para entrar em pauta. Não há ainda previsão de julgamento, mas a PGR (Procuradoria Geral da República) deu parecer favorável à elevação.

OUTRO LADO
O presidente da Associação Nacional dos Procuradores Municipais, Evandro Castro, rejeita o termo "elevação do teto" e afirma que trata-se de cumprir o que está previsto na Constituição.


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Diretor-geral do Dnit chefiou obra suspeita
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.