São Paulo, segunda-feira, 03 de outubro de 2011

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Diretor-geral do Dnit chefiou obra suspeita

TCU dá prazo para que general Fraxe, nomeado após demissões nos Transportes, explique irregularidades na BR-101

Ele comandava obras do Exército antes de ser nomeado para os Transportes; prejuízo pode passar de R$ 40 mi

DIMMI AMORA
CATIA SEABRA

DE BRASÍLIA

O TCU (Tribunal de Contas da União) apontou irregularidades em obras comandadas pelo general escolhido pelo governo para sanear o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes), Jorge Fraxe.
Antes de ser nomeado para a diretoria do Dnit em julho, após uma série de escândalos no Ministério dos Transportes, Fraxe estava à frente da Diretoria Obras de Cooperação do Exército.
Auditoria do TCU concluiu que o Exército comprou mais material do que o necessário e gastou em excesso com a manutenção de máquinas.
A investigação cita a compra de cimento, areia e brita (pedras usadas na obra) em uma quantidade maior do que a que era prevista.
O prejuízo pode superar R$ 40 milhões, segundo relatório do TCU aprovado na última quarta-feira.
O documento pede que o general Fraxe se manifeste no prazo de 15 dias sobre as ocorrências nas obras. E afirma que há "falhas graves e recorrentes na supervisão, fiscalização e controle de sua unidade subordinada".

INVESTIGAÇÃO
As obras de duplicação da BR-101 -entre a Paraíba e o Rio Grande do Norte- estão divididas em nove lotes, sendo três de responsabilidade do Exército. No início deste ano, foram investigados pelo TCU dois desses lotes, construídos pelo 2º Batalhão.
Esta foi a primeira vez que Fraxe foi citado em um relatório do TCU. No Dnit, ele substituiu Luiz Antônio Pagot. Seu trabalho à frente da BR-101 foi apontado como credencial em sua escolha.
A empresa fornecedora da brita para as obras investigadas é a Pedreira Potiguar.
Investigação da Polícia Federal, revelada pela Folha, em julho, apontava indícios de desvios em outra obra do Exército, de outro batalhão.
O caso envolvia a construção de pistas do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN), que beneficiaram a Potiguar. Na época, o Exército não comentou o assunto, alvo de inquérito militar. A Potiguar negou irregularidades.
Fiscalizações do TCU em outros lotes da BR-101 sob responsabilidade do Exército relatam alta participação da pedreira em contratos.


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