São Paulo, terça-feira, 04 de janeiro de 2011

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Fora do cargo, Lula lê jornais e come pastel, arroz e feijão

Ex-presidente dizia ter azia ao ler publicações

FLÁVIO FERREIRA
DE SÃO PAULO

Em seu segundo dia como ex-presidente em São Bernardo do Campo, Luiz Inácio Lula da Silva acordou às 9h de ontem, leu jornais, viu TV e almoçou uma refeição especialmente preparada por sua mulher, Marisa Letícia: arroz, feijão e pastéis.
Quando ocupava o principal cargo do país, a leitura diária de jornais não era um hábito. Em duas oportunidades Lula disse que tinha "azia" ao ler o noticiário.
Além da leitura das edições dos principais jornais do país, Lula tem aproveitado o tempo livre para assistir ao noticiário na TV.
"Tomei a atitude de não ficar com a raiva que eles [imprensa] pensam que eu vou ficar (...). Vou parar de lê-los, não vou ficar com azia. E não perdi nada", disse Lula à TV Brasil na semana passada.
O ex-presidente não apareceu na sacada de seu prédio como fez no primeiro dia após desocupar o Planalto.
Itamar, um rapaz que se identificou como "quebra-galho" e entrou no prédio com carro de serviço da Presidência, descreveu a rotina dos moradores da cobertura do edifício na avenida Francisco Prestes Maia, próxima à região central do município do ABC paulista.
Saem os ternos que sua antiga função exigia, entra a despachada combinação bermuda, camiseta regata e Havaianas -que Lula já havia exibido anteontem.
O ex-presidente está reunido com a mulher, Marisa, e o filho Marcos Cláudio. Segundo Itamar, ele gostaria de ir à praia, mas o plano foi frustrado pela chuva intensa que cai em São Bernardo. A viagem, porém, ainda pode ocorrer.
Fã de Lula, a aposentada Maria da Graça Novais, 49, faz vigília na frente do prédio. Acompanhada do filho Guilherme, 20, ela espera conseguir dar um abraço no ex-presidente, que diz conhecer desde os anos 80, época do Lula sindicalista.
A dupla acredita que vai conseguir seu abraço. "Esperança a gente sempre tem de ter. Vale a pena acreditar. Ele [Lula] nos ensinou que nossos sonhos podem se tornar realidade", disse ela.
Mãe e filho embarcaram de Ribeirão Preto para São Bernardo no dia 1º, pouco antes de 1h, após romper o ano com a família.
"Lula, desce, minha mãe está há mais de 20 horas esperando por você", gritava Guilherme. Em vão.


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