São Paulo, terça-feira, 04 de janeiro de 2011

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Dilma quer resolver as disputas na base aliada

Ministro Luiz Sérgio terá o encargo de identificar e acomodar insatisfeitos

Presidente diz que é preciso aprovar projetos essenciais no primeiro semestre, entre os quais uma reforma tributária

DE BRASÍLIA

A presidente Dilma Rousseff discutiu, em sua primeira reunião de coordenação, a necessidade de acabar com o "clima de insatisfação e de disputas" na base aliada e evitar surpresas na eleição do novo presidente da Câmara dos Deputados.
Durante a reunião, que durou cerca de duas horas, o ministro Antonio Palocci (Casa Civil) abordou o "ambiente conturbado" entre os aliados, principalmente na Câmara dos Deputados, por conta da disputa por cargos de segundo escalão.
Há insatisfações no PMDB, que reclama da perda de cargos como o comando da Funasa, e no PSB, cuja bancada de deputados não foi contemplada na montagem da equipe ministerial de Dilma.
Logo depois de Palocci, o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) também defendeu a "construção de um ambiente mais harmônico" para garantir a eleição do deputado Marco Maia (PT-RS) a presidente da Câmara.
O ministro Luiz Sérgio (Relações Institucionais) foi encarregado de identificar os descontentes e "acomodar" todos os aliados. O próprio ministro foi vítima desse clima de descontentamento: o PMDB boicotou sua cerimônia de transmissão de cargo.
Dilma enfatizou ainda a necessidade de acabar com o clima ruim no Congresso para tentar aprovar projetos que considera essenciais nesse primeiro semestre. Entre eles, o salário mínimo de R$ 540, uma reforma tributária e propostas em tramitação na Câmara, entre elas a que limita os reajustes reais do funcionalismo a 2%.

ORÇAMENTO
A presidente quer dar demonstrações de que adotará uma política de "controle dos gastos" e disse que precisa da base aliada para isso. Pela manhã, ela se reuniu com o ministro Guido Mantega (Fazenda) para definir o tamanho do corte no Orçamento.
A equipe de Mantega defende um corte entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões para assegurar o cumprimento da meta de superavit primário (economia feita para pagar os juros da dívida) de 3,1% do PIB (Produto Interno Bruto).
Na reunião de coordenação, foi definida ainda a data da primeira reunião ministerial de Dilma. Ela será realizada no dia 14 de janeiro.
Na reunião ministerial, Dilma deseja conversar com os ministros sobre "normas, metodologias e procedimentos" que deverão ser adotados por todos em seu governo, segundo relato feito pelo ministro Luiz Sérgio ao fim do encontro de ontem.
Além de Temer, Palocci e Luiz Sérgio, participaram da reunião os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), Helena Chagas (Secretaria de Comunicação), Guido Mantega, Miriam Belchior (Planejamento), José Eduardo Cardozo (Justiça), e o chefe de gabinete de Dilma, Gilles Carriconde Azevedo.
Durante a tarde, Dilma recebeu, em audiências separadas, os chefes dos três Poderes. Recebeu para conversas institucionais o presidente do Congresso, José Sarney, e o do STF, Cezar Peluso, além de Maia, que está na presidência da Câmara dos Deputados. (VALDO CRUZ, SIMONE IGLESIAS, BRENO COSTA, NATUZA NERY E MARIA CLARA CABRAL)


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