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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Marina promete 300 mil agentes sociais de família
Pré-candidata diz que manterá programas do governo,
mas defende atendimento individual aos beneficiados
Senadora evita citar
números, mas afirma
que proposta não requer
"cifras astronômicas"
para ser tirada do papel
BERNARDO MELLO FRANCO
DE SÃO PAULO
Após prometer um pacote
de "programas sociais de terceira geração", a pré-candidata Marina Silva (PV) disse
ontem que, se eleita, manterá o Bolsa Família e não romperá com as políticas do governo Lula para o setor.
Ela defendeu uma única
novidade: a criação de uma
rede de cerca de 300 mil
agentes que atenderiam individualmente os 15 milhões de
famílias brasileiras abaixo da
linha da pobreza.
O objetivo seria facilitar o
acesso dessas pessoas a programas de qualificação profissional que já são oferecidos pelo governo federal e
pelos Estados e municípios.
"É integração e transição,
não ruptura. Os programas
existem, o que estamos mudando é a base conceitual",
disse Marina. "Nós temos o
Bolsa Família, é preciso agora criar uma porta de saída
para a inclusão produtiva".
A senadora evitou citar números, mas afirmou que a
ideia não envolve aumento
significativo de gastos públicos. "Não são custos astronômicos fora dos que devemos
planejar para um país em desenvolvimento", disse.
Segundo ela, nem todos os
agentes seriam contratados
para a função. Ela disse que
estuda recrutar servidores
municipais, de outros órgãos
da administração federal ou
até mesmo de ONGs.
Para justificar o novo slogan, ela afirmou que o país
viveu a primeira geração de
programas sociais com a distribuição de cestas básicas. O
Bolsa Família marcaria a fase
atual, que ela chamou de segunda geração.
O coordenador do programa do PV para a área social,
Ricardo Paes de Barros, comparou o papel de cada agente
social ao de um personal trainer. Ele citou como exemplo
o técnico Bernardinho, campeão olímpico de vôlei e autor de livros de autoajuda.
"O agente vai ser uma espécie de Bernardinho de cada família. É técnico e torcedor", disse o economista. "O
programa é um "coaching",
um "personal training"."
Paes de Barros é pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada),
órgão subordinado à Secretaria de Assuntos Estratégicos
da Presidência da República.
Segundo a assessoria de Marina, ele tirou férias para formular o plano dos verdes.
Após anunciar a rede de
agentes sociais, a senadora
criticou políticos que fazem
promessas populistas às custas da pobreza.
"Não pode, porque é período eleitoral, simplesmente
chegar um e dizer que vai dar
o Bolsa Sapato, outro que vai
dar o Bolsa Rede", disse. "Isso é apenas fazer soma de
coisas, ainda que sejam importantes e relevantes."
Ao lado de Marina, o empresário Guilherme Leal discursou pela primeira vez desde que foi confirmado como
seu vice, no último dia 16.
"Não basta o atendimento
básico das necessidades que
a pobreza demanda", disse.
"O Brasil desperdiça capital
humano e energia empreendedora por não fazer a inclusão produtiva desses 15 milhões de famílias."
A pré-candidata quer dedicar os próximos dias ao discurso que fará na convenção
do PV, na quarta-feira.
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