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Ex-governador pediu desculpas para concorrer
CATIA SEABRA
DE SÃO PAULO
Apesar de representar a
mais sólida possibilidade
de poder para o PSDB, o
pré-candidato Geraldo
Alckmin exercita calculada
resignação na corrida pelo
governo de São Paulo.
Líder isolado nas pesquisas, Alckmin seguiu um roteiro disciplinado para obter na sigla a indicação para
tentar a volta ao governo.
Para apagar as marcas de
2008, quando foi derrotado
pelo prefeito Gilberto Kassab na eleição municipal,
Alckmin distribuiu pedidos
de desculpas, se submeteu
a conversas constrangedoras e esperou, ansioso, a decisão de José Serra de disputar a Presidência.
Na montagem de sua
equipe, concordou com a
contratação dos principais
colaboradores da campanha de Kassab. Entre eles,
os jornalistas Luiz Gonzalez
e Roger Ferreira, ambos na
trincheira rival em 2008.
Afastado de Alckmin desde a derrota presidencial de
2006, Gonzalez assinará a
campanha, mas o responsável pela comunicação será o
jornalista Woile Guimarães
-que ajudou na redação do
discurso da pré-candidatura de Alckmin, em maio.
Mas não foi por humildade que Alckmin aceitou negociar até o nome do coordenador de sua campanha,
Sidney Beraldo.
Colecionando desafetos
desde as campanhas de
2006 e 2008, o ex-governador não tem equipe -nem
mesmo para arrecadação. E
depende da estrutura de
Serra, sempre cercado de
fiéis colaboradores.
Seus gestos de reconciliação também seguem um
ambicioso roteiro político.
Ao se reaproximar do ex-governador Orestes Quércia,
Alckmin pavimentou sua
aproximação ao PMDB, até
então um dos pilares da
candidatura de Aloysio Nunes Ferreira ao governo.
Alckmin conversou também o governador Alberto
Goldman, cujo apoio é fundamental ao longo da campanha. Recentemente, procurou Kassab, a quem chamou de dissimulado no calor da disputa de 2008.
Após afirmar que o episódio está superado, Kassab
ofereceu a Alckmin almoço
com a bancada do DEM.
ESPERA
A trajetória de Alckmin é
marcada por longas esperas. Até para o anúncio da
data de sua pré-candidatura foi estabelecido um cronograma que levava em
conta a data ideal para a exposição de Serra. No lançamento, ao qual chegou de
van, às 10h06, foi obrigado
a esperar por duas horas o
início da cerimônia.
A paciência pode ser recompensada. Se eleito governador, Alckmin se transformará na mais forte opção
do PSDB à Presidência, especialmente se Aécio Neves
(MG) não ocupar a vice de
Serra -posição que mantém até o momento.
Alckmin será cotado para
a sucessão de Serra mesmo
se o tucano vencer sem Aécio na chapa. Em caso de vitória da petista Dilma Rousseff, Alckmin será, a partir
de São Paulo, o principal
porta-voz da oposição.
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