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Pesquisas indicam um Senado dilmista
Dentre os 66 candidatos favoritos nos Estados, 42 apoiam a candidata petista e apenas 22 estão com o tucano
Bancada governista no Senado pode superar 50 cadeiras; para mudar a Constituição Federal são necessários 49 votos
FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA
Está em formação uma onda governista, mas não petista, na eleição para o Senado.
Nas 54 vagas em disputa, a
maioria dos favoritos está alinhada à presidenciável Dilma Rousseff (PT) em detrimento do seu concorrente direto, José Serra (PSDB).
Segundo pesquisas disponíveis, há 66 candidatos em
primeiro e segundo lugar na
corrida pelas 54 cadeiras de
senador. O Senado tem 81 cadeiras, mas 27 senadores têm
ainda mandato até 2015.
Entre os 66 favoritos, 42 se
declaram pró-Dilma e só 22
apoiam Serra. Quando se
consideram apenas os candidatos que estão em primeiro
lugar, Dilma tem 20 nomes a
seu favor. Serra conta com 6.
Apesar da ampla adesão à
petista, seu partido não deve
fazer uma bancada muito
maior em relação à atual. O
PT tem no momento oito cadeiras no Senado. Em tese,
pode ir a 16. Mas a direção
partidária espera chegar a 12.
A contenção da onda vermelho-petista se dá por conta
da estratégia adotada pelo
presidente Lula. Em muitos
Estados, o Planalto impôs ao
PT privilegiar aliados em nome da aliança no nível federal a favor de Dilma.
O avanço comedido dos
petistas não impedirá que a
composição da Câmara Alta
do país seja mais governista.
Há hoje uma mudança de
método. Nas duas vitórias de
Lula (2002 e 2006), o PMDB
nunca esteve associado ao
PT na largada. Agora, a maioria dos peemedebistas usa
oficialmente a imagem do
presidente e de Dilma em
suas campanhas. A adesão
se dá antes da eleição.
O PMDB deve novamente
fazer a maior bancada do Senado, podendo sair dos
atuais 17 e chegar até a 22
-dos quais pelo menos 16
são dilmistas assumidos.
Outros partidos com candidatos competitivos ao Senado e favoráveis a Dilma
são PSB, PDT, e PR (até cinco
cadeiras cada a partir de
2011). Somadas também as
siglas de menor expressão, a
bancada governista pró-PT
pode superar 50 cadeiras.
Para alterar a Constituição
são necessários três quintos
dos 81 senadores -49 votos.
Com 50 senadores ao seu lado, Dilma terá amplo poder.
Já a oposição, hoje quase
circunscrita ao PSDB e ao
DEM, terá 27 cadeiras se tudo
der certo para essas duas siglas -o que parece improvável. Os tucanos têm chance
de ir a 16 vagas. Os demistas,
a 11. Mas a maioria dos nomes competitivos dos oposicionistas está em segundo lugar -muitas vezes perseguidos de perto por lulistas.
Apesar de faltarem 30 dias
para a eleição, as previsões
sobre o Senado devem ser
analisadas com cautela, porque o voto para o Congresso
tende a se cristalizar em cima
da hora. Em 2006, Eduardo
Suplicy (PT) tinha 40% ou
mais em todas as pesquisas
no início de setembro, e Afif
Domingos (PFL, hoje DEM)
estava sempre na faixa de
15% ou abaixo. No dia da
eleição, o petista foi eleito
com 48%, mas teve o pefelista no seu encalço com 44%.
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