São Paulo, sábado, 04 de setembro de 2010

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Pesquisas indicam um Senado dilmista

Dentre os 66 candidatos favoritos nos Estados, 42 apoiam a candidata petista e apenas 22 estão com o tucano

Bancada governista no Senado pode superar 50 cadeiras; para mudar a Constituição Federal são necessários 49 votos


FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA

Está em formação uma onda governista, mas não petista, na eleição para o Senado. Nas 54 vagas em disputa, a maioria dos favoritos está alinhada à presidenciável Dilma Rousseff (PT) em detrimento do seu concorrente direto, José Serra (PSDB).
Segundo pesquisas disponíveis, há 66 candidatos em primeiro e segundo lugar na corrida pelas 54 cadeiras de senador. O Senado tem 81 cadeiras, mas 27 senadores têm ainda mandato até 2015.
Entre os 66 favoritos, 42 se declaram pró-Dilma e só 22 apoiam Serra. Quando se consideram apenas os candidatos que estão em primeiro lugar, Dilma tem 20 nomes a seu favor. Serra conta com 6.
Apesar da ampla adesão à petista, seu partido não deve fazer uma bancada muito maior em relação à atual. O PT tem no momento oito cadeiras no Senado. Em tese, pode ir a 16. Mas a direção partidária espera chegar a 12.
A contenção da onda vermelho-petista se dá por conta da estratégia adotada pelo presidente Lula. Em muitos Estados, o Planalto impôs ao PT privilegiar aliados em nome da aliança no nível federal a favor de Dilma.
O avanço comedido dos petistas não impedirá que a composição da Câmara Alta do país seja mais governista.
Há hoje uma mudança de método. Nas duas vitórias de Lula (2002 e 2006), o PMDB nunca esteve associado ao PT na largada. Agora, a maioria dos peemedebistas usa oficialmente a imagem do presidente e de Dilma em suas campanhas. A adesão se dá antes da eleição.
O PMDB deve novamente fazer a maior bancada do Senado, podendo sair dos atuais 17 e chegar até a 22 -dos quais pelo menos 16 são dilmistas assumidos.
Outros partidos com candidatos competitivos ao Senado e favoráveis a Dilma são PSB, PDT, e PR (até cinco cadeiras cada a partir de 2011). Somadas também as siglas de menor expressão, a bancada governista pró-PT pode superar 50 cadeiras.
Para alterar a Constituição são necessários três quintos dos 81 senadores -49 votos. Com 50 senadores ao seu lado, Dilma terá amplo poder.
Já a oposição, hoje quase circunscrita ao PSDB e ao DEM, terá 27 cadeiras se tudo der certo para essas duas siglas -o que parece improvável. Os tucanos têm chance de ir a 16 vagas. Os demistas, a 11. Mas a maioria dos nomes competitivos dos oposicionistas está em segundo lugar -muitas vezes perseguidos de perto por lulistas.
Apesar de faltarem 30 dias para a eleição, as previsões sobre o Senado devem ser analisadas com cautela, porque o voto para o Congresso tende a se cristalizar em cima da hora. Em 2006, Eduardo Suplicy (PT) tinha 40% ou mais em todas as pesquisas no início de setembro, e Afif Domingos (PFL, hoje DEM) estava sempre na faixa de 15% ou abaixo. No dia da eleição, o petista foi eleito com 48%, mas teve o pefelista no seu encalço com 44%.


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