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Justiça gaúcha decreta preventiva de executivos
Eles são suspeitos de chefiar fraude no Banrisul; para governo, operação tem fim político
DE LONDRINA
A Justiça gaúcha decretou
ontem a prisão preventiva
dos três executivos envolvidos em uma suposta fraude
de R$ 10 milhões no Banrisul
(Banco do Estado do RS).
Walney Fehlberg, superintendente de marketing do
Banrisul, e os executivos de
agências de publicidade Gilson Stork, da SLM, e Armando D'Elia Neto, da DCS, foram presos em flagrante anteontem por posse não justificada de R$ 3,4 milhões em
reais, libras, euros e dólares.
Também foi preso Davi
Antunes de Oliveira, suspeito de ser operador do dinheiro desviado através do superfaturamento de serviços pagos pelo Banrisul a agências
publicitárias. No momento
da prisão, ele estava com R$
82 mil em dinheiro vivo.
Ontem a prisão em flagrante de Fehlberg, Stork e
D'Elia Neto foi homologada e
transformada em preventiva.
Contra eles pesam as acusações de peculato, crime de
formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Os três também são suspeitos de chefiar um esquema de superfaturamento de
verba de publicidade do banco. Seus advogados negam
as acusações.
Oliveira, por sua vez, tem
ligações com empresas que
receberam pagamentos da
DCS e da SLM, citadas pela
PF e pelo Ministério Público
gaúcho como envolvidas na
fraude. Também foi autuado
em flagrante por peculato e
lavagem de dinheiro.
Ontem, a juíza Deborah
Coleto Assumpção de Moraes, da 6ª Vara Criminal do
Foro Central de Porto Alegre,
recebeu pedidos de liberdade provisória dos presos. As
requisições serão analisadas
apenas na segunda-feira.
"OBJETIVO POLÍTICO"
A governadora Yeda Crusius (PSDB), que tenta a reeleição, não quis comentar
ontem o caso. Pelo Twitter,
porém, levantou suspeitas
sobre a presença da Polícia
Federal na operação, e não
da Polícia Civil gaúcha.
Ela designou seu coordenador político, o vice-presidente nacional do PSDB, deputado federal Cláudio Diaz,
para falar à Folha sobre o caso. Diaz disse que houve ""objetivo político" na operação.
"Querem largar no colo do
governo do PSDB, da campanha da Yeda, a prisão de um
funcionário de carreira, concursado, isso depois de 18
meses de investigação", disse. Diaz criticou a ação da PF.
""Uma instituição como a PF
não pode se prestar a este tipo de serviço", afirmou.
O superintendente da PF
no RS, Ildo Gasparetto, disse
que o órgão cumpriu seu dever constitucional.
"A PF cumpriu mandados
de busca e apreensão, determinados pela Justiça do RS,
já que havia indícios de crimes federais como evasão de
divisas e lavagem de dinheiro", disse.(JOSÉ MASCHIO)
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