São Paulo, sábado, 04 de setembro de 2010

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Justiça gaúcha decreta preventiva de executivos

Eles são suspeitos de chefiar fraude no Banrisul; para governo, operação tem fim político

DE LONDRINA

A Justiça gaúcha decretou ontem a prisão preventiva dos três executivos envolvidos em uma suposta fraude de R$ 10 milhões no Banrisul (Banco do Estado do RS).
Walney Fehlberg, superintendente de marketing do Banrisul, e os executivos de agências de publicidade Gilson Stork, da SLM, e Armando D'Elia Neto, da DCS, foram presos em flagrante anteontem por posse não justificada de R$ 3,4 milhões em reais, libras, euros e dólares.
Também foi preso Davi Antunes de Oliveira, suspeito de ser operador do dinheiro desviado através do superfaturamento de serviços pagos pelo Banrisul a agências publicitárias. No momento da prisão, ele estava com R$ 82 mil em dinheiro vivo.
Ontem a prisão em flagrante de Fehlberg, Stork e D'Elia Neto foi homologada e transformada em preventiva. Contra eles pesam as acusações de peculato, crime de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Os três também são suspeitos de chefiar um esquema de superfaturamento de verba de publicidade do banco. Seus advogados negam as acusações.
Oliveira, por sua vez, tem ligações com empresas que receberam pagamentos da DCS e da SLM, citadas pela PF e pelo Ministério Público gaúcho como envolvidas na fraude. Também foi autuado em flagrante por peculato e lavagem de dinheiro.
Ontem, a juíza Deborah Coleto Assumpção de Moraes, da 6ª Vara Criminal do Foro Central de Porto Alegre, recebeu pedidos de liberdade provisória dos presos. As requisições serão analisadas apenas na segunda-feira.

"OBJETIVO POLÍTICO"
A governadora Yeda Crusius (PSDB), que tenta a reeleição, não quis comentar ontem o caso. Pelo Twitter, porém, levantou suspeitas sobre a presença da Polícia Federal na operação, e não da Polícia Civil gaúcha.
Ela designou seu coordenador político, o vice-presidente nacional do PSDB, deputado federal Cláudio Diaz, para falar à Folha sobre o caso. Diaz disse que houve ""objetivo político" na operação.
"Querem largar no colo do governo do PSDB, da campanha da Yeda, a prisão de um funcionário de carreira, concursado, isso depois de 18 meses de investigação", disse. Diaz criticou a ação da PF. ""Uma instituição como a PF não pode se prestar a este tipo de serviço", afirmou.
O superintendente da PF no RS, Ildo Gasparetto, disse que o órgão cumpriu seu dever constitucional.
"A PF cumpriu mandados de busca e apreensão, determinados pela Justiça do RS, já que havia indícios de crimes federais como evasão de divisas e lavagem de dinheiro", disse.(JOSÉ MASCHIO)

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