São Paulo, segunda-feira, 04 de outubro de 2010

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ANÁLISE

Patrimônio acumulado pode dar força a plataforma verde

RICARDO BALTHAZAR
DE SÃO PAULO

Encerrada a primeira etapa da disputa presidencial, Marina Silva tem dois desafios. O mais urgente é definir o que fazer no segundo turno. O mais trabalhoso será impedir que a plataforma que ela esboçou na campanha caia no esquecimento.
Marina ficará sem mandato a partir do próximo ano e só terá outra chance de se candidatar a presidente em 2014. Ela precisará se manter em evidência se quiser ser lembrada quando se apresentar de novo aos eleitores.
Seus colaboradores mais próximos começaram há algumas semanas a pensar no que fazer, mas abortaram o debate há alguns dias, quando perceberam que a disputa poderia ir ao segundo turno.
Marina deverá assumir a liderança de um centro de estudos criado por seus aliados no início do ano, o Instituto Democracia e Sustentabilidade. Ela poderá usá-lo para dar substância às propostas lançadas na campanha e tentar influir no debate público.
Não vai faltar assunto. Assim que deputados e senadores voltarem ao trabalho, será retomada a discussão do novo Código Florestal brasileiro, que diminui a reserva de mata nativa que os fazendeiros precisam preservar. Marina é contra a iniciativa.
Também está na pauta do Congresso um projeto que procura definir melhor as atribuições do governo federal, dos Estados e dos municípios no processo de licenciamento ambiental, para reduzir os riscos que os investidores enfrentam hoje em dia.
O futuro de Marina dependerá dos resultados que ela alcançar ao usar seu patrimônio político para influir na discussão de propostas como essas. Até aqui, as boas intenções da sua plataforma bastaram para seduzir milhões de eleitores. Na próxima vez, será preciso demonstrar sua capacidade de transformar ideias em realidade.


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