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Jornal não pediu dossiê antitucano, afirma diretor
Executivo do "Estado de Minas" diz que repórter agiu por conta própria
Amaury Ribeiro Jr. é acusado pela quebra de sigilo fiscal de ao menos sete pessoas ligadas
ao PSDB e a José Serra
DE BRASÍLIA
O diretor de Redação do
jornal "Estado de Minas", Josemar Gimenez, afirmou ontem à Polícia Federal que o
jornalista Amaury Ribeiro Jr.
investigou por "conta própria" pessoas ligadas ao
PSDB e ao candidato à Presidência José Serra.
Gimenez disse que
Amaury não teve as despesas
de viagens custeadas pelo
diário mineiro no período em
que os dados fiscais dos tucanos foram violados -entre
30 de setembro e 8 de outubro do ano passado.
Segundo Gimenez,
Amaury afastou-se do jornal
no dia 18 de setembro, voltando no dia 15 do mês seguinte somente para formalizar sua demissão.
O diretor disse também
que a última viagem paga pela empresa para Amaury foi
em 23 de julho de 2009.
O depoimento contraria a
versão apresentada pela PF,
que informou que o jornalista estava a serviço do jornal
quando houve as quebras de
sigilo de tucanos.
Ligado ao chamado "grupo de inteligência" da pré-campanha da petista Dilma
Rousseff, Amaury pagou pelos dados violados, de acordo com a PF. Ele foi indiciado
sob a acusação de ter encomendado a quebra do sigilo
de ao menos sete pessoas.
Conforme a Folha revelou
em junho, cópias das declarações de renda do vice-presidente do PSDB, Eduardo
Jorge, circularam entre pessoas do comitê dilmista.
O jornalista nega que tenha comprado informações
confidenciais. Contudo, o intermediário da obtenção dos
papéis, o despachante Dirceu Garcia, disse à polícia
que recebeu das mãos de
Amaury R$ 12 mil em dinheiro pelos dados.
Gimenez disse ainda que o
jornal não solicitou ao repórter que investigasse as privatizações do governo FHC
nem que fossem feitas reportagens sobre supostos dossiês contra o então governador Aécio Neves (PSDB), senador eleito por Minas Gerais. À PF, Amaury disse que
retomou a investigação contra tucanos após saber que
um grupo espionava Aécio.
O advogado de Amaury,
Adriano Bretas, disse que
não comentaria as declarações de Gimenez porque não
teve acesso ao depoimento.
O empresário ligado ao PT
Benedito Rodrigues de Oliveira Neto confirmou à PF ter
dado "ajuda" à casa em Brasília onde funcionou a coordenação de comunicação da
pré-campanha de Dilma.
A família de Bené, como é
conhecido, tem duas empresas -Dialog e Gráfica Brasil-, que ganharam mais de
R$ 200 milhões em contratos
com o governo.
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