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PRESIDENTE 40 A TRANSIÇÃO
Equipe econômica deve ser anunciada antes
Presidente do Banco Central e ministros da Fazenda e do Planejamento podem ser conhecidos semana que vem
Objetivo seria evitar clima de desconfiança no mercado financeiro; ministros devem ser anunciados em blocos
NATUZA NERY
VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA
Os ministros da área econômica devem ser o primeiro
grupo a ser anunciado pela
presidente da República eleita Dilma Rousseff.
A expectativa é que ela e o
presidente Lula analisem
juntos as opções para o Banco Central e os ministérios da
Fazenda e do Planejamento
na viagem que farão a Seul,
para encontro do G-20, no
próximo dia 11.
Segundo a Folha apurou,
o objetivo é evitar a criação
de um clima de desconfiança
no mercado financeiro.
A petista já havia dito que
anunciaria sua equipe em
blocos, evitando o anúncio
individual de nomes.
Lula já aconselhou Dilma
a manter Guido Mantega na
Fazenda e Henrique Meirelles no Banco Central. A presidente eleita, porém, ainda
tem dúvidas, principalmente
em relação ao BC.
MANTEGA COTADO
Dilma não gostaria de
manter Henrique Meirelles e
pretende indicá-lo para outra
pasta. No caso de Mantega,
ela pode atender ao desejo do
presidente.
Segundo aliados da presidente eleita, ela gostou da
forma como Mantega enfrentou a crise econômica internacional, mas avalia que ele
gera, em alguns momentos,
"confusões" no mercado,
além de não ter conseguido
controlar conflitos dentro da
Receita Federal.
A definição sobre a equipe
econômica, contudo, sairá
das conversas de Lula e Dilma durante a viagem à Coreia. Lula poderá convencê-la a manter, pelo menos num
primeiro momento, a mesma
equipe atual.
O nome preferido por Dilma para Fazenda era o de Luciano Coutinho, atual presidente do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento
Econômico e Social).
Na avaliação de um membro do Executivo, a antecipação do anúncio abriria caminho para que a nova equipe
já começasse, por exemplo, a
discutir com o governo medidas de impacto fiscal.
Inicialmente, Dilma pensou em revelar todos os nomes em dezembro, mas alguns interlocutores, entre
eles o ex-ministro Antonio
Palocci, ponderaram sobre a
conveniência de liquidar a
fatura da área econômica na
semana após o dia 12.
No caso do Ministério do
Planejamento, se Paulo Bernardo for designado para outra pasta, a petista pode optar por Nelson Barbosa, atual
secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, ou um de seus interlocutores quando era ministra-chefe da Casa Civil.
Barbosa chegou a tirar férias do gabinete para atuar
ao lado de Dilma durante a
campanha presidencial.
Ontem, na entrevista surpresa convocada por Lula, o
presidente afirmou que a petista fará um ministério com
a cara dela, ao contrário dos
rumores de que terá um papel proeminente na formação da equipe do novo governo. Lula garante que se resumirá a torcer, da arquibancada, "sem corneta".
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