São Paulo, quinta-feira, 04 de novembro de 2010

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PRESIDENTE 40 A TRANSIÇÃO

Equipe econômica deve ser anunciada antes

Presidente do Banco Central e ministros da Fazenda e do Planejamento podem ser conhecidos semana que vem

Objetivo seria evitar clima de desconfiança no mercado financeiro; ministros devem ser anunciados em blocos

NATUZA NERY
VALDO CRUZ

DE BRASÍLIA

Os ministros da área econômica devem ser o primeiro grupo a ser anunciado pela presidente da República eleita Dilma Rousseff.
A expectativa é que ela e o presidente Lula analisem juntos as opções para o Banco Central e os ministérios da Fazenda e do Planejamento na viagem que farão a Seul, para encontro do G-20, no próximo dia 11.
Segundo a Folha apurou, o objetivo é evitar a criação de um clima de desconfiança no mercado financeiro.
A petista já havia dito que anunciaria sua equipe em blocos, evitando o anúncio individual de nomes.
Lula já aconselhou Dilma a manter Guido Mantega na Fazenda e Henrique Meirelles no Banco Central. A presidente eleita, porém, ainda tem dúvidas, principalmente em relação ao BC.

MANTEGA COTADO
Dilma não gostaria de manter Henrique Meirelles e pretende indicá-lo para outra pasta. No caso de Mantega, ela pode atender ao desejo do presidente.
Segundo aliados da presidente eleita, ela gostou da forma como Mantega enfrentou a crise econômica internacional, mas avalia que ele gera, em alguns momentos, "confusões" no mercado, além de não ter conseguido controlar conflitos dentro da Receita Federal.
A definição sobre a equipe econômica, contudo, sairá das conversas de Lula e Dilma durante a viagem à Coreia. Lula poderá convencê-la a manter, pelo menos num primeiro momento, a mesma equipe atual.
O nome preferido por Dilma para Fazenda era o de Luciano Coutinho, atual presidente do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social).
Na avaliação de um membro do Executivo, a antecipação do anúncio abriria caminho para que a nova equipe já começasse, por exemplo, a discutir com o governo medidas de impacto fiscal.
Inicialmente, Dilma pensou em revelar todos os nomes em dezembro, mas alguns interlocutores, entre eles o ex-ministro Antonio Palocci, ponderaram sobre a conveniência de liquidar a fatura da área econômica na semana após o dia 12.
No caso do Ministério do Planejamento, se Paulo Bernardo for designado para outra pasta, a petista pode optar por Nelson Barbosa, atual secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, ou um de seus interlocutores quando era ministra-chefe da Casa Civil.
Barbosa chegou a tirar férias do gabinete para atuar ao lado de Dilma durante a campanha presidencial.
Ontem, na entrevista surpresa convocada por Lula, o presidente afirmou que a petista fará um ministério com a cara dela, ao contrário dos rumores de que terá um papel proeminente na formação da equipe do novo governo. Lula garante que se resumirá a torcer, da arquibancada, "sem corneta".


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