BERNARDO MELLO FRANCO
DE SÃO PAULO

Homem mais rico do país, o empresário Eike Batista doou R$ 1 milhão para a campanha da presidente eleita Dilma Rousseff (PT). Ele destinou a mesma quantia a José Serra (PSDB) e outros R$ 500 mil a Marina Silva (PV).
Somadas, suas doações neste ano chegam a pelo menos R$ 4,65 milhões, mostram dados parciais da Justiça Eleitoral e informações prestadas à Folha pelo grupo EBX. O valor já supera os R$ 4,3 milhões que ele declarou em 2006.
O empresário financiou a direção de partidos que atuam em campos opostos: deu R$ 300 mil ao PC do B e R$ 100 mil ao DEM. No Rio, doou R$ 750 mil ao governador reeleito Sérgio Cabral (PMDB) e R$ 200 mil a seu principal rival, o ex-governador Anthony Garotinho, via PR.
Ele ainda ajudou os senadores eleitos Luiz Henrique (PMDB-SC), com R$ 200 mil, e Cristovam Buarque (PDT-DF), com R$ 100 mil. O diretório do PT-MS, comandado pelo senador reeleito Delcidio Amaral, recebeu R$ 500 mil.
Muitos negócios de Eike contam com financiamento público ou dependem de licenças oficiais -em agosto, por exemplo, o BNDES liberou R$ 146 milhões à reforma do Hotel Glória, no Rio. Em 2008, ele foi investigado pela PF na Operação Toque de Midas, que apurou suspeitas de fraude em licitações.
A EBX disse que as doações seguiram "critérios de equidistância e transparência". A fortuna de Eike é estimada em US$ 27 bilhões (R$ 46 bilhões).


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