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Tucanos buscam entendimento com Dilma
Governadores eleitos de São Paulo e do Paraná telefonam para a presidente eleita, que elogia o gesto "republicano"
Alckmin afirma que, passada a eleição, os diferentes governos precisam se integrar
e buscar cooperação
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Passada a eleição, os governadores eleitos pelo PSDB
começam abrir os canais de
comunicação com Dilma
Rousseff. Ontem, ela e o governador eleito Geraldo Alckmin (SP) trocaram elogios ao
descrever a conversa que tiveram na segunda-feira.
Dilma classificou o telefonema de Alckmin como um
gesto "republicano": "Eu fiquei muito contente porque
recebi uma ligação muito
correta, republicana, do governador eleito de São Paulo,
no qual ele apresenta o que
eu considero que é a forma
correta de relacionamento.
Pretendo ter com ele e com os
governadores da situação e
da oposição uma negociação
em alto nível", disse.
Segundo ele mesmo descreveu, Alckmin telefonou a
Dilma para cumprimentá-la
pela vitória, colocando-se "à
inteira disposição, reiterando a possibilidade de boas
parcerias e a disposição de
São Paulo de sempre trabalhar junto pelo desenvolvimento brasileiro".
"A conversa foi muito boa.
Cumprimentei-a pelo pronunciamento na TV. Ela reiterou a disposição de que
aquele pronunciamento é o
que ela pensa, sente e se propõe a fazer. Vamos trabalhar
para ajudar o país", disse o
governador eleito.
Questionado sobre o papel
dos governadores da oposição, Alckmin afirmou que
eles devem fiscalizar a administração. Mas afirmou que,
superada a disputa, é sua
obrigação "trabalhar junto".
"Encerrado o processo
eleitoral, quem é governo
tem que fazer um bom governo. E, no modelo federativo,
os entes precisam se integrar.
Tem muita ação que é de responsabilidade recíproca",
justificou Alckmin. Citou como exemplo de possível parceria ações nas áreas da saúde e da segurança pública.
Além de Alckmin, o governador eleito do Paraná, Beto
Richa, também ligou ontem
para a presidente eleita para
parabenizá-la pela vitória.
2014
Tanto Alckmin como Richa deixaram claro que discordam da proposta do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, endossada pelo
presidente do partido, Sérgio
Guerra, de escolher o candidato tucano à Presidência
dois anos antes da eleição.
Para Alckmin, o debate é
prematuro: "FHC é nosso
grande líder. Sempre deve
ser ouvido. Mas há tempo para se discutir", declarou.
Richa, por sua vez, afirma
que "a reorganização do partido é mais importante do
que a escolha de nomes".
"Vamos esperar baixar a
poeira para discutir, com serenidade, o futuro do partido", declarou Richa.
Na opinião de alguns tucanos, a antecipação da escolha em dois anos só tem um
beneficiário: o senador eleito
por Minas Aécio Neves.
Sem a máquina do Estado
para administrar, Aécio pode
articular sua candidatura
com desenvoltura.
Os aliados do candidato
derrotado à Presidência José
Serra também se opuseram à
ideia. Para o deputado federal Jutahy Magalhães (PSDB-BA), "falar agora de estratégia para daqui a quatro anos
é totalmente descabido".
Essa também é a opinão do
governador paulista Alberto
Goldman: "Acabamos de sair
de uma eleição, há cerca de
48 horas. É muito cedo para
tratar sobre isso".
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