São Paulo, quinta-feira, 04 de novembro de 2010

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Tucanos buscam entendimento com Dilma

Governadores eleitos de São Paulo e do Paraná telefonam para a presidente eleita, que elogia o gesto "republicano"

Alckmin afirma que, passada a eleição, os diferentes governos precisam se integrar e buscar cooperação

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Passada a eleição, os governadores eleitos pelo PSDB começam abrir os canais de comunicação com Dilma Rousseff. Ontem, ela e o governador eleito Geraldo Alckmin (SP) trocaram elogios ao descrever a conversa que tiveram na segunda-feira.
Dilma classificou o telefonema de Alckmin como um gesto "republicano": "Eu fiquei muito contente porque recebi uma ligação muito correta, republicana, do governador eleito de São Paulo, no qual ele apresenta o que eu considero que é a forma correta de relacionamento. Pretendo ter com ele e com os governadores da situação e da oposição uma negociação em alto nível", disse.
Segundo ele mesmo descreveu, Alckmin telefonou a Dilma para cumprimentá-la pela vitória, colocando-se "à inteira disposição, reiterando a possibilidade de boas parcerias e a disposição de São Paulo de sempre trabalhar junto pelo desenvolvimento brasileiro".
"A conversa foi muito boa. Cumprimentei-a pelo pronunciamento na TV. Ela reiterou a disposição de que aquele pronunciamento é o que ela pensa, sente e se propõe a fazer. Vamos trabalhar para ajudar o país", disse o governador eleito.
Questionado sobre o papel dos governadores da oposição, Alckmin afirmou que eles devem fiscalizar a administração. Mas afirmou que, superada a disputa, é sua obrigação "trabalhar junto".
"Encerrado o processo eleitoral, quem é governo tem que fazer um bom governo. E, no modelo federativo, os entes precisam se integrar. Tem muita ação que é de responsabilidade recíproca", justificou Alckmin. Citou como exemplo de possível parceria ações nas áreas da saúde e da segurança pública.
Além de Alckmin, o governador eleito do Paraná, Beto Richa, também ligou ontem para a presidente eleita para parabenizá-la pela vitória.

2014
Tanto Alckmin como Richa deixaram claro que discordam da proposta do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, endossada pelo presidente do partido, Sérgio Guerra, de escolher o candidato tucano à Presidência dois anos antes da eleição.
Para Alckmin, o debate é prematuro: "FHC é nosso grande líder. Sempre deve ser ouvido. Mas há tempo para se discutir", declarou.
Richa, por sua vez, afirma que "a reorganização do partido é mais importante do que a escolha de nomes".
"Vamos esperar baixar a poeira para discutir, com serenidade, o futuro do partido", declarou Richa.
Na opinião de alguns tucanos, a antecipação da escolha em dois anos só tem um beneficiário: o senador eleito por Minas Aécio Neves.
Sem a máquina do Estado para administrar, Aécio pode articular sua candidatura com desenvoltura.
Os aliados do candidato derrotado à Presidência José Serra também se opuseram à ideia. Para o deputado federal Jutahy Magalhães (PSDB-BA), "falar agora de estratégia para daqui a quatro anos é totalmente descabido".
Essa também é a opinão do governador paulista Alberto Goldman: "Acabamos de sair de uma eleição, há cerca de 48 horas. É muito cedo para tratar sobre isso".


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