São Paulo, sábado, 05 de março de 2011 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Dilma veta festa de 100 dias de governo Presidente orientou ministros e assessores a evitar balanços e vai aumentar sua exposição pública e viagens Cautela se deve ao fato de que avaliações feitas nos primeiros meses são menos otimistas que a expectativa pós-eleição NATUZA NERY DE BRASÍLIA VERA MAGALHÃES DE SÃO PAULO A presidente Dilma Rousseff desautorizou os ministros a fazer qualquer balanço para comemorar os primeiros 100 dias de governo. Segundo a Folha apurou, ela chegou a vetar a iniciativa de ministros que já haviam encomendado balanços desse tipo às equipes. Até mesmo o anúncio do Plano de Erradicação da Miséria, previsto inicialmente para abril, pode ser antecipado ou adiado para não coincidir com a data simbólica. O anúncio do programa, principal bandeira social da campanha, é tratado como um dos mais relevantes eventos deste primeiro ano. A orientação para que os 100 dias sejam esquecidos contrasta com a obsessão que, como ministra, Dilma costumava ter com balanços -como os do PAC- e longas apresentações de dados no programa Power Point, que se tornaram folclóricas. A razão, discutida com os ministros da coordenação de governo e com os estrategistas de comunicação, é que, historicamente, as pesquisas de popularidade dos três primeiros meses sempre mostram uma redução de aprovação em relação à expectativa colhida antes da posse. O marqueteiro João Santana, estrategista da campanha presidencial petista, prepara uma grande pesquisa para o final de março, levantamento que irá balizar as ações e a agenda de Dilma nos próximos meses. Outra preocupação é que medidas como o corte de R$ 50 bilhões no Orçamento e a definição de um salário mínimo de R$ 545 carimbem o balanço dos primeiros meses como de ortodoxia fiscal. Já há, porém, mudanças de atitude. Além de ampliar a exposição pública da petista, o Planalto decidiu também abrir mais a agenda da presidente, normalmente oculta em grande parte de seus compromissos diários. Em uma semana, Dilma apareceu nos programas de Ana Maria Braga (TV Globo) e Hebe Camargo (RedeTV!). SEMINÁRIO A nova orientação foi discutida em um seminário em 26 de fevereiro entre ministros, secretários e funcionários. Apenas os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) e Tereza Campello (Desenvolvimento Social) compareceram ao encontro. Muitos reclamaram da baixa exposição da presidente ao público e do pouco acesso a seus compromissos diários -o fato de vários encontros não serem divulgados foi batizado de "agenda secreta". Um interlocutor explicou que Dilma toca os assuntos do governo com "lupa de gerente" e que evita reuniões ampliadas por considerá-las improdutivas. A partir de agora, a presidente deve intensificar suas viagens e iniciar uma rodada de entrevistas a veículos nacionais de imprensa. Ainda neste mês, terá uma série de compromissos ligados ao Dia da Mulher, com exposição de artes no Planalto e o lançamento do programa Rede Cegonha, de assistência materno-infantil. Em abril, Dilma vai à China e ao Paraguai. Texto Anterior: Elo com Opus Dei é "assunto superado", diz Alckmin Próximo Texto: Opinião: Presidente tenta vencer abismo entre seu estilo e brasileiro habituado a showman Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |