São Paulo, terça-feira, 05 de abril de 2011 |
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OUTRO LADO Temer afirma que não recebeu propina Vice-presidente alega que Procuradoria-Geral da República já havia desqualificado a base das acusações em 2002
DE BRASÍLIA O vice-presidente Michel Temer (PMDB) negou que tenha recebido qualquer tipo de propina, disse que nunca teve relações próximas com o ex-presidente da Codesp Marcelo de Azeredo e afirmou que não é possível provar que as iniciais "MT" sejam referência ao seu nome. Por meio de sua assessoria, Temer apresentou à Folha cópia de um parecer do então procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, de novembro de 2002. O texto determina o arquivamento de um processo administrativo -anterior à fase de inquérito, portanto- que havia sido aberto pela Procuradoria Regional da República da 3ª Região em 2001. Assim como o inquérito policial instaurado em 2006 pela Polícia Federal e que agora tramita no Supremo Tribunal Federal, esse processo administrativo também teve origem nos documentos que constavam da ação de dissolução de união estável movida por Érika Santos contra o ex-companheiro Marcelo de Azeredo. Em seu parecer, Geraldo Brindeiro afirmou que "em processos de família e união estável os ânimos exaltados das partes muitas vezes geram afirmações inverídicas e conclusões precipitadas". O então procurador-geral da República declarou que o nome de Temer foi envolvido "sem prova alguma" e também apontou para o fato de que "indicações de letras iniciais em documentos desprovidos de qualquer autenticidade não são suficientes para delinear investigação criminal". DESISTÊNCIA Outro argumento que Michel Temer usa em seu favor é a desistência de Érika da ação que movia contra Azeredo, na qual ela cobrava pensão mensal de R$ 10 mil. O processo foi encerrado, a pedido dela, um mês antes da publicação de uma reportagem sobre irregularidades no porto de Santos, em março de 2001, pela revista "Veja", que trouxe menções a Temer na ação de Érika. Após a publicação da reportagem, em carta a Temer, que ameaçou processá-la, Érika desautorizou seus advogados e disse que os documentos chegaram a ela anonimamente, num envelope fechado e que só os entregou aos seus advogados "para simples análise" -não para serem usados no processo. (BRENO COSTA, FERNANDO RODRIGUES E MÁRCIO FALCÃO) Texto Anterior: Polícia Federal reclamou de demora nas investigações Próximo Texto: Janio de Freitas: Notícia de viagem Índice | Comunicar Erros |
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