São Paulo, quinta-feira, 05 de maio de 2011

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Saldo da entrada de dólares no país despenca em abril

Volume recuou 88% na comparação com o registrado em março; empresas haviam antecipado investimentos

Analistas dizem que as medidas do governo ajudaram na contenção da entrada da moeda americana no país


LORENNA RODRIGUES
DE BRASÍLIA

Após as medidas tomadas pelo governo para conter o ingresso e evitar uma maior desvalorização do dólar, o saldo entre a entrada e a saída da moeda no país caiu fortemente em abril.
No mês passado, o volume de dólares que veio para o Brasil foi US$ 1,54 bilhão superior ao que deixou o país. O número leva em conta recursos para aplicações financeiras e comércio exterior.
Apesar de positivo, o saldo registrado em abril ficou bem abaixo dos resultados alcançados nos três primeiros meses do ano e foi 88% menor do que o de março.
Entre o fim daquele mês e o início de abril, o governo anunciou a cobrança de 6% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) em empréstimos tomados por bancos e empresas no exterior.
Para economistas, a redução do saldo no mês passado se deu porque os investidores anteciparam as aplicações no primeiro trimestre, já temendo as medidas que o governo ameaçava tomar. Até março, o saldo cambial foi 46% maior do que em todo o ano de 2010.
Em abril, depois da tributação dos empréstimos externos, a conta financeira -que computa o fluxo de recursos para bolsa de valores e títulos públicos, entre outros- foi negativa em US$ 1,7 bilhão.
Para o analista da consultoria Tendências Bruno Lavieri, grande parte do que os investidores programavam aplicar no Brasil no ano já foi trazido para o país até março.
"Com isso, o pior da pressão de apreciação para o câmbio já passou. A tendência é que ele fique estável por alguns meses", afirmou.
Outra explicação para o saldo menor pode ser o aumento da aversão ao risco no mundo: "As incertezas externas fazem com que esse dinheiro busque alguns ativos (países) menos arriscados", diz o economista-chefe do banco ABC Brasil, Luís Otávio Leal, explicando que as intervenções do governo no mercado trazem incertezas.


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