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Lula se reúne com ditador africano para selar acordos
Presidente da Guiné Equatorial reivindica entrada do país na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
Diálogo com Mbasogo sofre críticas; Itamaraty afirma que há "chances de o Brasil influenciar" positivamente o país
ANA FLOR
ENVIADA ESPECIAL À GUINÉ
EQUATORIAL
Em visita oficial à Guiné
Equatorial, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva passa a
manhã de hoje reunido com
o ditador Obiang Nguema
Mbasogo.
O objetivo é negociar a entrada do país na Comunidade
dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e acordos de
comércio -em especial de
produtos industrializados.
Ontem, ao chegar ao país,
Lula foi recebido pelo presidente na porta do avião e por
dezenas de pessoas com bandeirinhas do Brasil e da Guiné Equatorial e camisetas
com estampa de ambos os
presidentes, lado a lado.
A Guiné Equatorial é uma
república com eleições a cada sete anos -o presidente
pode se reeleger quantas vezes quiser. Independente da
Espanha desde 1968, foi por
um golpe que Mbasogo tomou o poder do país em 1979.
Desde então, é acusado de
reprimir e matar opositores e
manter o poder com violência. Pelas ruas da capital Malabo circulam policiais armados com fuzis AK-47 e tanques de guerra.
Desde os anos 1990, quando descobriu petróleo, o país
tem um dos maiores PIBs da
África, mas os índices de desenvolvimento humano, alfabetismo e expectativa de
vida não acompanharam.
O país ainda sofre com
doenças tropicais, como malária e febre tifoide.
Mbasogo, entretanto, é
considerado um dos mandatários mais ricos do mundo.
INTEGRAÇÃO
Segundo um diplomata
brasileiro que acompanha a
missão, a opção do Brasil é
"por integrar, não isolar", como agem outros países. Já os
empresários afirmam que o
Brasil não deve fechar as portas do comércio bilateral.
Segundo o diretor do Departamento de Promoção Comercial do Itamaraty, Norton
Rapesta, "há mais chances
de o Brasil influenciar" positivamente o país com uma relação próxima.
O apoio de Lula à entrada
do país na CPLP é questionado. Apesar das duas principais línguas oficiais serem o
espanhol e o francês, a Guiné
reivindica o posto por ter o
português como predominante em uma de suas ilhas.
Lula deixou ontem Cabo
Verde, onde conversou com
o presidente e o primeiro-ministro do país para que a Petrobras faça a prospecção de
petróleo nas ilhas. Disse que,
ao voltar ao Brasil, irá conversar com a direção da estatal para que inicie conversas
com o país africano.
Lula segue hoje para o
Quênia. Amanhã viaja para a
Tanzânia e depois vai à Zâmbia. O giro africano termina
na África do Sul.
A convite do Planalto, a repórter ANA FLOR
viajou de Cabo Verde à Guiné Equatorial
numa aeronave da Força Aérea Brasileira
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