São Paulo, quinta-feira, 05 de agosto de 2010

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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010

Caos aéreo e segurança em SP são armas para debate

Serra reuniu dados sobre crise aérea e Dilma, sobre incidentes com a Rota

Campanhas querem que temas polêmicos sejam tratados por jornalistas, mas candidatos terão os dados caso seja preciso


DE SÃO PAULO
DE BRASÍLIA

Principais adversários da disputa pelo Palácio do Planalto, a petista Dilma Rousseff e o tucano José Serra chegam hoje, ao primeiro debate da corrida presidencial, com munição para explorar os dois temas mais quentes da semana: caos aéreo e ataques à polícia de São Paulo.
Serra reuniu material sobre o que deve chamar de "apagão aéreo" no governo Lula. Dilma, por sua vez, está preparada para abordar problemas da segurança em São Paulo, Estado que o tucano governou até abril.
O debate será exibido a partir das 22h pela Band.
Embora o comando das duas campanhas aposte na inclusão dos temas espinhosos entre as perguntas dos jornalistas -livrando os candidatos de abordá-los diretamente-, Serra e Dilma estudaram os assuntos, seja para questionar o adversário ou para replicar respostas.
Serra levará munição também sobre o loteamento político nas agências reguladoras e até sobre o escândalo do mensalão. A menção dependeria do calor do debate.
Segundo aliados, o tucano está determinado a dirigir perguntas diretamente a Dilma. A petista, por sua vez, foi orientada a isolar Serra, endereçando suas perguntas a Marina Silva (PV) e a Plinio de Arruda Sampaio (PSOL).
Nas críticas, Serra evitará a expressão "governo Lula", que Dilma deve repetir.

BLINDAGEM
Já contando que os temas delicados pautarão o debate, os candidatos anteciparam as respostas durante a semana. Dilma, por exemplo, falou do caos aéreo. Serra negou ontem, em Poços de Caldas (MG), que São Paulo vive uma crise na segurança.
"É um comentário puramente eleitoral", afirmou. "São Paulo é o Estado onde a criminalidade mais caiu nos últimos dez anos."
A equipe de campanha de Dilma passou o dia fechando suas propostas para a área de saúde, material que serviria para tentar desconstruir o "legado" de Serra, que comandou o Ministério da Saúde entre 1998 e 2002.
A petista também intensificou as simulações de debates feitas com o presidente do PT, José Eduardo Dutra, com o deputado Antonio Palocci (PT-SP) e a consultora de imagem Olga Curado.
O receio da coordenação é que Dilma cometa algum deslize por falta de traquejo. Além do evento da Band, ela participa de encontros em outras quatro emissoras e do debate Folha/UOL no próximo dia 18, em São Paulo.
A petista deve dedicar parte de sua participação no confronto direto com os adversários para falar de educação, sempre colocando em prática a principal estratégia de sua campanha: comparar o governo Lula com o de Fernando Henrique Cardoso.
Dilma deve ser acompanhada no debate por integrantes do comando da campanha e pelo vice, Michel Temer. Cada candidato tem direito a levar 25 convidados.
Estreante em debates, Marina Silva (PV) foi orientada pelo publicitário Paulo de Tarso Santos a mudar o estilo de oratória, trocando as metáforas por respostas mais curtas e objetivas.
A senadora quer aproveitar o debate para se exibir em situação de igualdade com os adversários e espera se beneficiar de embates entre Dilma e Serra. (CATIA SEABRA, BERNARDO MELLO FRANCO, VALDO CRUZ, MÁRCIO FALCÃO E RANIER BRAGON)


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