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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Caos aéreo e segurança em SP são armas para debate
Serra reuniu dados sobre crise aérea e Dilma, sobre incidentes com a Rota
Campanhas querem que
temas polêmicos sejam
tratados por jornalistas,
mas candidatos terão os
dados caso seja preciso
DE SÃO PAULO
DE BRASÍLIA
Principais adversários da
disputa pelo Palácio do Planalto, a petista Dilma Rousseff e o tucano José Serra chegam hoje, ao primeiro debate
da corrida presidencial, com
munição para explorar os
dois temas mais quentes da
semana: caos aéreo e ataques à polícia de São Paulo.
Serra reuniu material sobre o que deve chamar de
"apagão aéreo" no governo
Lula. Dilma, por sua vez, está
preparada para abordar problemas da segurança em São
Paulo, Estado que o tucano
governou até abril.
O debate será exibido a
partir das 22h pela Band.
Embora o comando das
duas campanhas aposte na
inclusão dos temas espinhosos entre as perguntas dos
jornalistas -livrando os candidatos de abordá-los diretamente-, Serra e Dilma estudaram os assuntos, seja para
questionar o adversário ou
para replicar respostas.
Serra levará munição também sobre o loteamento político nas agências reguladoras e até sobre o escândalo do
mensalão. A menção dependeria do calor do debate.
Segundo aliados, o tucano
está determinado a dirigir
perguntas diretamente a Dilma. A petista, por sua vez, foi
orientada a isolar Serra, endereçando suas perguntas a
Marina Silva (PV) e a Plinio
de Arruda Sampaio (PSOL).
Nas críticas, Serra evitará a
expressão "governo Lula",
que Dilma deve repetir.
BLINDAGEM
Já contando que os temas
delicados pautarão o debate,
os candidatos anteciparam
as respostas durante a semana. Dilma, por exemplo, falou do caos aéreo. Serra negou ontem, em Poços de Caldas (MG), que São Paulo vive
uma crise na segurança.
"É um comentário puramente eleitoral", afirmou.
"São Paulo é o Estado onde a
criminalidade mais caiu nos
últimos dez anos."
A equipe de campanha de
Dilma passou o dia fechando
suas propostas para a área de
saúde, material que serviria
para tentar desconstruir o
"legado" de Serra, que comandou o Ministério da Saúde entre 1998 e 2002.
A petista também intensificou as simulações de debates feitas com o presidente do
PT, José Eduardo Dutra, com
o deputado Antonio Palocci
(PT-SP) e a consultora de
imagem Olga Curado.
O receio da coordenação é
que Dilma cometa algum
deslize por falta de traquejo.
Além do evento da Band, ela
participa de encontros em
outras quatro emissoras e do
debate Folha/UOL no próximo dia 18, em São Paulo.
A petista deve dedicar parte de sua participação no
confronto direto com os adversários para falar de educação, sempre colocando em
prática a principal estratégia
de sua campanha: comparar
o governo Lula com o de Fernando Henrique Cardoso.
Dilma deve ser acompanhada no debate por integrantes do comando da campanha e pelo vice, Michel Temer. Cada candidato tem direito a levar 25 convidados.
Estreante em debates, Marina Silva (PV) foi orientada
pelo publicitário Paulo de
Tarso Santos a mudar o estilo
de oratória, trocando as metáforas por respostas mais
curtas e objetivas.
A senadora quer aproveitar o debate para se exibir em
situação de igualdade com os
adversários e espera se beneficiar de embates entre Dilma
e Serra.
(CATIA SEABRA, BERNARDO MELLO FRANCO, VALDO CRUZ, MÁRCIO FALCÃO E RANIER BRAGON)
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