São Paulo, domingo, 05 de setembro de 2010

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Falso procurador não era filiado, diz PT

De acordo com presidente estadual, ligação nunca foi efetivada por erro em sobrenome

Contador afirma que não se lembra quem abonou ficha de filiação ao PT de Mauá: "Tem de perguntar ao partido"

DE SÃO PAULO

O presidente do PT-SP, Edinho Silva, afirmou ontem que o contador Antonio Carlos Atella Ferreira nunca foi efetivamente filiado ao PT e negou envolvimento do partido no episódio.
O diretório estadual também divulgou nota oficial para reforçar a posição.
Atella é um dos principais envolvidos no escândalo da Receita Federal. Ele usou procuração falsa para acessar dados sigilosos de Veronica Serra, filha do presidenciável José Serra (PSDB).
Na sexta-feira, reportagem do "Jornal Nacional" mostrou e-mails do Tribunal Regional Eleitoral que diziam que Atella filiou-se ao PT de Mauá em outubro de 2003.
Ainda segundo o "JN", em novembro de 2009 houve exclusão do nome de Atella do cadastro de eleitores, mas isso não significaria necessariamente desligação do quadro partidário. O TRE confirmou as informações à Folha.
Atella, que sempre negou vinculação partidária, se recusou a confirmar ou negar a informação. "Tem que perguntar ao partido", disse à Folha. Sobre quem teria abonado sua ficha de filiação, foi evasivo: "Não lembro".
Seu cunhado, o oficial de Justiça João Primo, foi fundador do PT de Mauá, como a Folha revelou ontem.
Segundo o presidente do PT-SP, o diretório estadual do partido buscou esclarecer a situação. "Fomos atrás de todos os registros, todos os levantamentos de filiados, e em nenhum momento encontramos registro desse senhor [Atella] como participando dos quadros do PT."
A nota oficial do PT admite que houve pedido de filiação, mas afirma que um erro de grafia na solicitação -em vez de "Atella", diz a nota, grafou-se "Atelka"- impediu a efetivação do registro.
Após comício de Lula em Guarulhos (SP), ontem, o presidente estadual do PT disse que "por diversas vezes o diretório tentou corrigir [o problema], mas ele [Atella] nunca tomou providências".
Segundo Edinho, a filiação só seria formalizada aos olhos do partido e da Justiça Eleitoral se fossem corrigidas as informações, o que não aconteceu. "Esse senhor nunca participou de nenhuma atividade, nunca cumpriu obrigações de filiado."
Sobre a coincidência de datas -a exclusão do nome de Atella deu-se dois meses após os acessos a dados sigilosos de cinco pessoas ligadas a tucanos-, Edinho disse: "É o TRE que controla". (UIRÁ MACHADO)


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