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Falso procurador não era filiado, diz PT
De acordo com presidente estadual, ligação nunca foi efetivada por erro em sobrenome
Contador afirma que não se lembra quem abonou ficha de filiação ao PT de Mauá: "Tem de perguntar ao partido"
DE SÃO PAULO
O presidente do PT-SP,
Edinho Silva, afirmou ontem
que o contador Antonio Carlos Atella Ferreira nunca foi
efetivamente filiado ao PT e
negou envolvimento do partido no episódio.
O diretório estadual também divulgou nota oficial para reforçar a posição.
Atella é um dos principais
envolvidos no escândalo da
Receita Federal. Ele usou
procuração falsa para acessar dados sigilosos de Veronica Serra, filha do presidenciável José Serra (PSDB).
Na sexta-feira, reportagem
do "Jornal Nacional" mostrou e-mails do Tribunal Regional Eleitoral que diziam
que Atella filiou-se ao PT de
Mauá em outubro de 2003.
Ainda segundo o "JN", em
novembro de 2009 houve exclusão do nome de Atella do
cadastro de eleitores, mas isso não significaria necessariamente desligação do quadro partidário. O TRE confirmou as informações à Folha.
Atella, que sempre negou
vinculação partidária, se recusou a confirmar ou negar a
informação. "Tem que perguntar ao partido", disse à
Folha. Sobre quem teria abonado sua ficha de filiação, foi
evasivo: "Não lembro".
Seu cunhado, o oficial de
Justiça João Primo, foi fundador do PT de Mauá, como
a Folha revelou ontem.
Segundo o presidente do
PT-SP, o diretório estadual
do partido buscou esclarecer
a situação. "Fomos atrás de
todos os registros, todos os
levantamentos de filiados, e
em nenhum momento encontramos registro desse senhor [Atella] como participando dos quadros do PT."
A nota oficial do PT admite
que houve pedido de filiação, mas afirma que um erro
de grafia na solicitação -em
vez de "Atella", diz a nota,
grafou-se "Atelka"- impediu a efetivação do registro.
Após comício de Lula em
Guarulhos (SP), ontem, o
presidente estadual do PT
disse que "por diversas vezes
o diretório tentou corrigir [o
problema], mas ele [Atella]
nunca tomou providências".
Segundo Edinho, a filiação só seria formalizada aos
olhos do partido e da Justiça
Eleitoral se fossem corrigidas
as informações, o que não
aconteceu. "Esse senhor
nunca participou de nenhuma atividade, nunca cumpriu obrigações de filiado."
Sobre a coincidência de
datas -a exclusão do nome
de Atella deu-se dois meses
após os acessos a dados sigilosos de cinco pessoas ligadas a tucanos-, Edinho disse: "É o TRE que controla".
(UIRÁ MACHADO)
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