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Analistas e auditores disputam poder no fisco
Depois da revelação de quebras de sigilo fiscal de tucanos, grupos trocam acusações
DE SÃO PAULO
Além da crise gerada a partir da revelação das quebras
de sigilo em série, a Receita
enfrenta uma disputa de poder entre analistas tributários e auditores fiscais.
"Analistas querem ganhar
espaço porque todos os cargos de chefia estão nas mãos
de auditores", diz Pedro Delarue, que preside o Sindifisco, dos auditores fiscais.
"É natural que os auditores, responsáveis pela fiscalização e que têm o poder de
decisão estabelecido em lei,
comandem o órgão. A carreira de analista foi criada com
o papel de auxiliar o fiscal."
O Sindifisco foi até a Justiça para proibir o Sindireceita, que representa os analistas tributários, de usar o nome adotado pela instituição.
É ao Sindireceita que a
analista Antônia Aparecida
Neves Silva, uma das envolvidas na quebra de sigilo de
tucanos, é associada.
Hélio Bernardes, presidente do Sindireceita, diz que "é
bom lembrar que maçãs podres existem dos dois lados".
O caso ocorre sob a gestão
de Otacílio Cartaxo, que assumiu o comando após a saída polêmica de Lina Vieira.
Um mês após sua saída, a
ex-secretária revelou que a
então ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) lhe pediu para agilizar a investigação sobre os negócios da família do
senador José Sarney.
Ela foi criticada por trazer
à Receita servidores do sindicato de auditores que se opuseram às gestões de Jorge Rachid e Everardo Maciel. Para
Maciel, após o ministro Antonio Palocci (Fazenda) sair do
governo, o que se viu foi uma
"facção sindical nos postos-chave do órgão".
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