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Crescimento desordenado desafia região
DO ENVIADO A PERNAMBUCO
A rua principal da praia
de Gaibu, no Cabo de Santo Agostinho (PE), está imprestável -esburacada,
com montes de pedra, terra e sujeira.
Segundo moradores, a
praça do lugar virou ponto
de crack, e, com a chegada
de trabalhadores de todas
as partes para o polo de
Suape, jovens se prostituem cada vez mais cedo.
O centro de Ipojuca,
que, graças a Suape a ao
turismo, tem o maior PIB
per capita de Pernambuco
(R$ 76.418, IBGE-2007) é
degradado, feio e caótico.
Apesar de endinheirado, o município tem alta
incidência de pobreza
(62,8%, IBGE-2003). O
crack também chegou a
Porto de Galinhas, praia
mais badalada da cidade.
O boom gerou um crescimento desordenado, numa região sem infraestrutura adequada ao salto.
Embora parte da solução pudesse vir de programas federais, os problemas estão longe de afetar o
prestígio de Lula por ali.
"A situação está crítica,
não há nenhuma segurança para sair à noite, e a pracinha virou uma cracolândia. Até o final do ano, vou
embora daqui", relata o
comerciante José Fernando dos Santos.
Sobre Lula, o tom muda: "Ele acordou Pernambuco, um Estado que estava se acabando. Vou votar
em Dilma sem gostar muito dela, só por causa dele".
Outro efeito nocivo do
boom é ambiental. A ampliação de Suape afeta a
pesca. A construção do novo estaleiro aterrou parte
de uma ilha e destruiu
manguezais.
"Pescava 200 kg de peixe. Hoje, volto sem nada",
queixa-se Nelson Santana
da Silva, 56, uma ave rara:
é um dos últimos pescadores da praia de Calhetas e o
único, entre cerca de 30
entrevistados na região, a
falar mal de Lula.
(FV)
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