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Jereissati anuncia fim da carreira política
FLÁVIA FOREQUE
ENVIADA ESPECIAL A FORTALEZA
O senador Tasso Jereissati
(PSDB), 61, afirmou ontem
ter encerrado sua carreira política.
"Não vou mais disputar
cargo público. Essa foi uma
decisão dada primeiro pela
população e depois por
mim", afirmou em coletiva à
imprensa, em Fortaleza. O
tucano não conseguiu se reeleger ao Senado no Ceará.
Tasso foi derrotado pelos
deputados federais Eunício
Oliveira (PMDB) e José Pimentel (PT), que conquistaram 2,6 milhões e 2,3 milhões
de votos, respectivamente. O
tucano, que governou o Ceará por três mandatos, obteve
1,7 milhão de votos.
"Para mim, está encerrado
esse capítulo de eleição", disse ao lado do candidato tucano ao governo do Ceará, Marcos Cals. Ex-secretário de Justiça de Cid Gomes (PSB), que
foi reeleito, Cals ficou em segundo lugar na disputa pelo
Palácio Iracema.
Tasso se viu isolado na política local após interferência
do presidente Lula, que cobrou apoio de Cid ao petista
José Pimentel. A intenção do
governador era abrigar na
chapa apenas Eunício Oliveira e dar apoio velado a Tasso.
"Sabíamos, quando nós
resolvemos lançar candidato
próprio, com o partido isolado, que seria muito difícil.
Resolvemos assumir o risco",
disse o senador na coletiva.
Tasso afirmou que o PSDB
fará oposição ao governo de
Cid -os tucanos eram aliados dele até o rompimento
entre Tasso e os irmãos Cid e
Ciro, no início do ano.
SEGUNDO TURNO
O senador tucano prometeu empenho na campanha à
presidência de José Serra e
minimizou o bom desempenho de Dilma Rousseff (PT)
na região Nordeste. "Quem
teve votação aqui foi o Lula.
A ministra Dilma não participou da eleição", alfinetou.
No Ceará, Dilma obteve
66,3% dos votos válidos. Serra teve o mesmo desempenho de Marina Silva (PV)
-16,3% cada um. Tasso atribuiu a necessidade de um segundo turno a uma "sensação de chavismo". "Acho que
o Brasil começou a perceber
o perigo que estamos correndo", disse.
Um dos principais desafetos do presidente Lula, Tasso
afirmou que a base de sustentação do governo "se faz
pelo fisiologismo". "Eu não
tenho dúvida de que o presidente Lula é um dos responsáveis por isso. A corrupção
banalizou-se", disse.
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