São Paulo, terça-feira, 05 de outubro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Jereissati anuncia fim da carreira política

FLÁVIA FOREQUE
ENVIADA ESPECIAL A FORTALEZA

O senador Tasso Jereissati (PSDB), 61, afirmou ontem ter encerrado sua carreira política.
"Não vou mais disputar cargo público. Essa foi uma decisão dada primeiro pela população e depois por mim", afirmou em coletiva à imprensa, em Fortaleza. O tucano não conseguiu se reeleger ao Senado no Ceará.
Tasso foi derrotado pelos deputados federais Eunício Oliveira (PMDB) e José Pimentel (PT), que conquistaram 2,6 milhões e 2,3 milhões de votos, respectivamente. O tucano, que governou o Ceará por três mandatos, obteve 1,7 milhão de votos.
"Para mim, está encerrado esse capítulo de eleição", disse ao lado do candidato tucano ao governo do Ceará, Marcos Cals. Ex-secretário de Justiça de Cid Gomes (PSB), que foi reeleito, Cals ficou em segundo lugar na disputa pelo Palácio Iracema.
Tasso se viu isolado na política local após interferência do presidente Lula, que cobrou apoio de Cid ao petista José Pimentel. A intenção do governador era abrigar na chapa apenas Eunício Oliveira e dar apoio velado a Tasso.
"Sabíamos, quando nós resolvemos lançar candidato próprio, com o partido isolado, que seria muito difícil. Resolvemos assumir o risco", disse o senador na coletiva.
Tasso afirmou que o PSDB fará oposição ao governo de Cid -os tucanos eram aliados dele até o rompimento entre Tasso e os irmãos Cid e Ciro, no início do ano.

SEGUNDO TURNO
O senador tucano prometeu empenho na campanha à presidência de José Serra e minimizou o bom desempenho de Dilma Rousseff (PT) na região Nordeste. "Quem teve votação aqui foi o Lula. A ministra Dilma não participou da eleição", alfinetou.
No Ceará, Dilma obteve 66,3% dos votos válidos. Serra teve o mesmo desempenho de Marina Silva (PV) -16,3% cada um. Tasso atribuiu a necessidade de um segundo turno a uma "sensação de chavismo". "Acho que o Brasil começou a perceber o perigo que estamos correndo", disse.
Um dos principais desafetos do presidente Lula, Tasso afirmou que a base de sustentação do governo "se faz pelo fisiologismo". "Eu não tenho dúvida de que o presidente Lula é um dos responsáveis por isso. A corrupção banalizou-se", disse.


Texto Anterior: Após reeleição, Agripino volta a criticar Lula
Próximo Texto: Se eleita, Dilma terá maioria para mudar Carta
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.