São Paulo, quarta-feira, 05 de outubro de 2011

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Indústria fraca eleva pessimismo de bancos

Em agosto, produção voltou a desacelerar e analistas já esperam que BC fará corte maior nos juros em outubro

Produção do segmento recuou 0,2% no mês, e expectativa é que indicador permaneça fraco no restante do ano

PEDRO SOARES

DO RIO

Juros ainda altos e câmbio desfavorável continuaram afetando a indústria em agosto, que já desacelera com força. A produção do setor recuou 0,2% no mês, na comparação com julho, o que pode sinalizar um desaquecimento maior da economia.
O segmento representa quase um terço do PIB (Produto Interno Bruto, ou soma de bens e serviços do país). Diante dos sinais mais fracos de desempenho, economistas passaram a apostar que o Banco Central será mais ousado na reunião de outubro, quando definirá a nova taxa básica de juros da economia.
Ao cortar juros, o BC barateia financiamentos, o que estimula investimentos em produção e o comércio.
Em relatório divulgado ontem, o Itaú diz que o BC deve baixar de modo mais "rápido e profundo" os juros. O banco espera que o novo corte na taxa será maior que o 0,5 ponto percentual registrado na última reunião, quando o juro caiu para 12% ao ano.
O economista Sergio Vale, da MB Associados, pondera que a indústria não deve ser vista como único termômetro para a economia.
Ele lembra que ainda não há fortes evidências de fraqueza em indicadores importantes, como consumo e serviços, mas não descarta um corte maior da taxa.
"Dado que o BC já tomou a decisão errada de baixar [a taxa em] 0,5 ponto [no fim de agosto], baixar um ponto agora faria até sentido na cabeça do banco, dado o cenário internacional cada vez pior", diz Vale, que acha que o BC se precipitou.

MODERAÇÃO
Segundo o IBGE, a produção da indústria já é 2,5% inferior ao recorde de produção, em março. "A indústria tem um desempenho bem mais moderado do que no começo do ano", diz André Macedo, técnico do instituto.
O banco Bradesco espera que a indústria continue fraca em setembro, por conta de paralisações no setor automotivo, estoques ainda altos e piora no cenário mundial.


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