São Paulo, quinta-feira, 06 de janeiro de 2011

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Kassab vai admitir serristas dispensados por Alckmin

Secretários demitidos serão absorvidos pelo município; gesto foi combinado com governador, diz prefeito

Robson Ventura/Folhapress
Alckmin, Barros Munhoz, Kassab e Serra durante missa em memória de Orestes Quércia, morto em 24 de dezembro último

DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO

O prefeito Gilberto Kassab (DEM) oferecerá abrigo na máquina municipal a todos os secretários da gestão José Serra (PSDB) que foram dispensados pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Segundo Kassab, o gesto foi "combinado" com Alckmin. "Vou procurar a todos, um por um, oferecendo espaço para colaboração na prefeitura", disse. Mauro Ricardo, ex-secretário estadual de Fazenda, inaugurou a lista de convites e hoje é secretário municipal de Finanças.
Kassab também procurou Francisco Vidal Luna, ex-titular de Planejamento. "Mas ele disse que ficaria um tempo afastado", relatou.
Ao abrigar secretários de Serra, Kassab mostra fidelidade ao ex-governador, que o apoiou em 2008. Serra chegou a pedir a Alckmin a permanência de alguns de seus secretários no governo, mas não foi atendido.
Além disso, a troca de comando em algumas pastas causou ruído entre relações de "serristas" e Alckmin.
Paulo Renato (Educação) pediu demissão antes de ser informado que não permaneceria no governo. À Folha Mauro Ricardo afirmou que soube da dispensa pelo jornal e só depois recebeu um telefonema de Alckmin: "Muitos outros [ex-secretários] nem isso tiveram".

ENCONTRO
Ontem, Kassab participou de missa em memória do ex-governador Orestes Quércia (PMDB), na Catedral da Sé. Sentou-se na primeira fila. Serra chegou atrasado e ficou ao lado dele. Também estavam lá Alckmin e o presidente da Assembleia, Barros Munhoz (PSDB).
Ao final, Serra cumprimentou Alckmin e saiu para almoçar com Kassab.
"Não falamos de política. Todos sabem da minha relação com o Serra. Somos amigos", disse Kassab.

CONTRATOS
Questionado sobre a decisão de Alckmin de rever contratos firmados em sua gestão, Serra não respondeu.
Já Alckmin rechaçou o uso do termo "auditoria" para classificar a reavaliação dos negócios fechados na gestão Serra. "Não há nem haverá nenhuma auditoria. O que existe é um esforço permanente de ajuste fiscal", disse.
A divulgação da auditoria nos contratos ampliou o acirramento do clima entre "serristas" e "alckmistas" que teve início com a formação da equipe do novo governo.
Para políticos ligados a José Serra, a determinação de Alckmin é uma retaliação a uma atitude semelhante tomada pelo ex-governador.
Na primeira semana de mandato, em 2007, Serra determinou desde a revisão de contratos até o recadastramento de servidores, alegando a possibilidade de existirem funcionários-fantasmas.


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