São Paulo, domingo, 06 de fevereiro de 2011 |
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Cai presença na escola de jovens do Bolsa Família Percentual com frequência mínima foi de 95,1% em 2008 para 91,7% em 2010 Para que os pais tenham direito ao benefício, jovens de 16 e 17 anos devem frequentar ao menos 75% das aulas LARISSA GUIMARÃES FLÁVIA FOREQUE DE BRASÍLIA Nos últimos dois anos, diminuiu a presença na escola de adolescentes beneficiários do Bolsa Família. O programa determina que, para que seus pais não percam o benefício, jovens de 16 e 17 anos frequentem ao menos 75% das aulas. Aqueles que cumprem essa regra caíram de 95,1%, em 2008, para 94,2%, em 2009, e 91,7%, em 2010. Hoje há 1,3 milhão de adolescentes inscritos no Bolsa Família. Desse montante, 80% têm a frequência acompanhada pelo governo. Entre os adolescentes que não seguem essa regra, 3 em cada 4 nem sequer justificam suas faltas na escola, o que poderia ser feito com a entrega de um atestado médico, por exemplo. Para efeito de comparação, entre as crianças de 6 a 15 anos atendidas pelo programa, a frequência mínima exigida em sala de aula é de 85%, e 96,7% delas cumprem a regra. A frequência escolar é uma das condicionalidades do programa. Quem não a cumpre pode perder o benefício. O cancelamento só ocorre após o governo constatar que o adolescente não teve a frequência exigida ao longo de um ano inteiro. Secretária nacional de Renda de Cidadania do Ministério do Desenvolvimento Social no governo Lula, Lúcia Modesto afirma que o mercado de trabalho é um dos motivos que levam jovens a deixar a escola mais cedo ou não ter a frequência mínima exigida. Ela lembra também que quanto maior a escolaridade dos pais, maior o número de anos estudados pelos filhos -tendência apontada em estudos sobre educação. O perfil de beneficiários do Bolsa Família mostra que, em 2009, 13% dos titulares do cartão eram analfabetos. De acordo com o Educacenso 2008, o abandono escolar entre os jovens do ensino médio na rede pública ficou em 14,3%. Entre os beneficiários do programa, o percentual foi de 7,2%. Até 2007, o Bolsa Família pagava às famílias um valor fixo para cada criança de até 15 anos na escola -num limite de três por família. No ano seguinte, para frear a evasão e ampliar a frequência escolar, o governo passou a pagar um benefício específico por jovens de 16 e 17 anos -num limite de dois por família assistida. Para Daniel Cara, coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, os jovens não veem a escola como algo que pode influenciar no futuro deles. "A escola é tão pouco atrativa que, mesmo com o benefício, o jovem acha que ela não faz sentido. A evasão é uma variável independente do benefício", afirma. Texto Anterior: Folha.com Próximo Texto: Análise Bolsa Família: Isolado, programa social não é solução única Índice | Comunicar Erros |
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