São Paulo, segunda-feira, 06 de junho de 2011

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Entrevista da Folha que revelou mensalão completa seis anos

Texto que levou a crise política no governo Lula integra acervo do jornal na internet

DE SÃO PAULO

"É mais barato pagar o exército mercenário que dividir poder." "[O PT] nos usa como amante e tem vergonha de aparecer conosco na luz do dia." "Tem que haver carne e sangue aos chacais."
Hoje completam-se seis anos desde que o presidente nacional do PTB, o então deputado Roberto Jefferson, deu essas declarações à editora do Painel da Folha, Renata Lo Prete.
Na edição de 6 de julho de 2005, também uma segunda-feira, o aliado de Lula, então no terceiro ano de seu primeiro mandato na Presidência, denunciava o mensalão -pagamento a membros da base aliada em troca de apoio no Congresso.
A entrevista, que resultaria no maior escândalo político do governo Lula -que levou às cassações de Jefferson e do deputado José Dirceu, chefe da Casa Civil-, é um dos destaques da história do jornalismo político da Folha.
A partir do fim da década de 70, com a perspectiva da redemocratização e a suspensão da censura exercida pela ditadura, o jornal se dedicaria cada vez mais a entrevistas com figuras de peso da política nacional.
Todas essas entrevistas podem ser consultadas no site do Acervo Folha (acervo.folha.com.br), que oferece a íntegra das edições do jornal desde 1921.
Uma das mais marcantes -e que renderia um Prêmio Esso aos repórteres, concedido também a Renata Lo Prete pela entrevista com Jefferson- foi a conversa de Getúlio Bittencourt e Haroldo Cerqueira Lima com o general João Figueiredo.
Na época, Figueiredo chefiava o SNI (Serviço Nacional de Informações) e já fora escolhido para suceder Ernesto Geisel como presidente.
Na entrevista, publicada em 5 de abril de 1978, Figueiredo defendeu a eleição presidencial indireta, afirmou que o eleitor brasileiro não tinha "o nível" do americano ou do francês e atacou a ideia de anistia "ampla, geral e irrestrita" defendida pela oposição -mas depois disse não excluir "nenhuma hipótese".
Em 1979, no primeiro ano de seu governo, o general promulgaria a Lei da Anistia.
Logo após a morte de Tancredo Neves, o jornal republicou, na edição de 22 de abril de 1985, trechos de uma entrevista com ele feita por Boris Casoy seis meses antes.
Nela, o presidente eleito -que morreria de câncer aos 75 anos, sem tomar posse- negava rumores sobre sua saúde e dizia que seus médicos o consideravam "melhor do que há cinco anos".
Outros marcos foram as entrevistas de José Sarney, em 1987, e Fernando Collor, em 1992, quando ambos -hoje senadores- ocupavam o Palácio do Planalto.


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