São Paulo, terça-feira, 06 de julho de 2010

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Oposição tentou eliminar Bolsa Família, diz petista

DE SÃO PAULO

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, acusou ontem a oposição ligada a José Serra de ter tentado acabar com o Bolsa Família durante o governo Lula.
Sem citar o tucano, ela lançou suspeita sobre sua promessa de manter o principal programa social do governo.
"Aqueles que dizem que não vão acabar com o Bolsa Família são os mesmos que entraram no Supremo Tribunal Federal e fizeram uma ação de inconstitucionalidade contra nós, tentando derrubar justamente o Bolsa Família", afirmou Dilma.
Serra tem acusado o PT de fazer "terrorismo" na internet. Nesta semana, ele assinará uma "Carta Social" para refutar a acusação de que é contra o Bolsa Família.
Em discurso a cerca de 1.500 sindicalistas e militantes do PT em Santo André (SP), Dilma acusou o governo do PSDB em São Paulo de "humilhar e perseguir" os professores: "Uma política que leva à humilhação dos professores, à perseguição dos professores, tem compromisso com a educação?"
Ela cobrou empenho dos militantes a partir de hoje, quando começa a campanha. "Nós precisamos de vocês. Está em jogo tudo o que fizemos. Amanhã o bicho pega. Não somos iguais a eles. Somos o único grupo que tem compromisso de acabar com a pobreza neste país."
Referindo-se ao governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Dilma disse que o Brasil de 2002 era "o país da estagnação e do desemprego": "Nós não podemos andar para trás que nem caranguejo. Temos que seguir em frente", continuou.
No palanque, ela foi chamada de "Dilminha" pela ex-prefeita Marta Suplicy. Ao citar a aliada, Dilma a chamou de "Márcia", mas se corrigiu.
Antes de ir a Santo André, Dilma almoçou com empresários em São Paulo, mas frustrou a plateia ao evitar se comprometer com a redução da carga tributária do país.
Dilma reconheceu que o sistema atual é "caótico" e afeta a competitividade das empresas, mas disse que é necessário manter o equilíbrio fiscal do setor público.
"Não pode ser [reduzido] a zero, porque, se for a zero, quebra a Previdência", disse Dilma, referindo-se aos tributos sobre a folha de pagamento das empresas. Os executivos saíram insatisfeitos.
"As respostas foram muito genéricas, sinal de que ela ainda não tem um projeto amadurecido", disse Carlos Tilkian, da empresa de brinquedos Estrela. (BERNARDO MELLO FRANCO e RICARDO BALTHAZAR)


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