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Oposição tentou eliminar Bolsa Família, diz petista
DE SÃO PAULO
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, acusou ontem a oposição ligada
a José Serra de ter tentado
acabar com o Bolsa Família
durante o governo Lula.
Sem citar o tucano, ela lançou suspeita sobre sua promessa de manter o principal
programa social do governo.
"Aqueles que dizem que
não vão acabar com o Bolsa
Família são os mesmos que
entraram no Supremo Tribunal Federal e fizeram uma
ação de inconstitucionalidade contra nós, tentando derrubar justamente o Bolsa Família", afirmou Dilma.
Serra tem acusado o PT de
fazer "terrorismo" na internet. Nesta semana, ele assinará uma "Carta Social" para
refutar a acusação de que é
contra o Bolsa Família.
Em discurso a cerca de
1.500 sindicalistas e militantes do PT em Santo André
(SP), Dilma acusou o governo do PSDB em São Paulo de
"humilhar e perseguir" os
professores: "Uma política
que leva à humilhação dos
professores, à perseguição
dos professores, tem compromisso com a educação?"
Ela cobrou empenho dos
militantes a partir de hoje,
quando começa a campanha. "Nós precisamos de vocês. Está em jogo tudo o que
fizemos. Amanhã o bicho pega. Não somos iguais a eles.
Somos o único grupo que
tem compromisso de acabar
com a pobreza neste país."
Referindo-se ao governo
de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Dilma disse
que o Brasil de 2002 era "o
país da estagnação e do desemprego": "Nós não podemos andar para trás que nem
caranguejo. Temos que seguir em frente", continuou.
No palanque, ela foi chamada de "Dilminha" pela ex-prefeita Marta Suplicy. Ao citar a aliada, Dilma a chamou
de "Márcia", mas se corrigiu.
Antes de ir a Santo André,
Dilma almoçou com empresários em São Paulo, mas
frustrou a plateia ao evitar se
comprometer com a redução
da carga tributária do país.
Dilma reconheceu que o
sistema atual é "caótico" e
afeta a competitividade das
empresas, mas disse que é
necessário manter o equilíbrio fiscal do setor público.
"Não pode ser [reduzido] a
zero, porque, se for a zero,
quebra a Previdência", disse
Dilma, referindo-se aos tributos sobre a folha de pagamento das empresas. Os executivos saíram insatisfeitos.
"As respostas foram muito
genéricas, sinal de que ela
ainda não tem um projeto
amadurecido", disse Carlos
Tilkian, da empresa de brinquedos Estrela.
(BERNARDO MELLO FRANCO e RICARDO BALTHAZAR)
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