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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Polarização Serra-Dilma marca o primeiro debate
TUCANO REFUTA "OLHO NO RETROVISOR"
PETISTA DIZ QUE É "CONFORTÁVEL" PARA ADVERSÁRIO ESQUECER PASSADO
MARINA SE APRESENTA COMO 3ª VIA
PLÍNIO FAZ PAPEL DE PROVOCADOR
Marlene Bergamo/Folhapress
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Da esq. para a dir., Serra, Marina, Dilma e Plínio, no debate da Band, ontem à noite
DE SÃO PAULO
No primeiro confronto na
TV da campanha à Presidência da República, os dois candidatos que ocupam a dianteira nas pesquisas, José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff
(PT), polarizaram ontem o
debate da Band. Apesar do
embate direto, ambos não tocaram em temas espinhosos
da campanha.
O tucano adotou tom mais
duro, mas evitou citar o nome do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva. Do outro lado,
a petista explorou realizações do governo petista e insistiu numa comparação entre a atual gestão e a de Fernando Henrique Cardoso
(1995-2002).
Serra protestou: "Não devemos fazer campanha com
o olho no retrovisor". Na réplica, ela devolveu: "Acho
muito confortável que a gente esqueça o passado, mas
não acho prudente".
Marina Silva (PV) apostou
em se apresentar como "terceira via". Lembrou do passado no PT e disse hoje ser
"capaz de esquecer as divergências que muitas vezes são
da oposição pela oposição".
Plínio de Arruda Sampaio
(PSOL) fez o papel de provocador e foi quem mais gerou
reações da plateia, com seu
tom irônico.
No início do debate, a petista demonstrou nervosismo, estourou várias vezes
seu tempo e teve o microfone
cortado. No intervalo, foi
alertada pelo marqueteiro
João Santana a responder
olhando para as câmeras
-apareceu várias vezes de
lado- e se soltou um pouco.
Serra também deu sinais
de irritação ao longo do debate, caminhando com os
braços cruzados, bufando e
fazendo careta ao ouvi-la. Assim como Dilma, extrapolou
seguidas vezes o tempo.
O tucano direcionou o embate para os gargalos de infraestrutura em aeroportos,
estradas e portos.
Dilma citou índices recordes de geração de emprego,
segundo ela de 14 milhões de
carteiras assinadas, e programas com alto índice de aprovação, como o Bolsa Família.
Os dois se confrontaram
com propostas na saúde. Serra criticou a interrupção dos
mutirões. Dilma disse que
eles eram emergenciais.
Na sequência, Serra tentou emparedá-la questionando sobre o que chamou de
"crueldade" do governo com
as Apaes (Associação de Pais
e Amigos dos Excepcionais).
Surpreendida, ela só retomou o tema no final do bloco
para dizer que as entidades
seriam abastecidas pelo Fundeb (fundo de educação do
ensino básico).
Nas considerações finais,
tanto Serra quanto Dilma se
mostraram emocionados e
embargaram a voz. O tucano
citou a filha, Verônica, os
"pais modestos" e falou da
biografia. A petista enalteceu
a passagem pela Casa Civil,
disse que sua candidatura
não é um "projeto pessoal" e
concluiu afirmando que "as
mulheres" estão preparadas
para a Presidência.
Segundo o último Datafolha, Serra aparece com 37%
das intenções de voto contra
36% de Dilma. Marina tem
10%. Plínio marca 1%.
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