São Paulo, sexta-feira, 06 de agosto de 2010

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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010

Polarização Serra-Dilma marca o primeiro debate

 TUCANO REFUTA "OLHO NO RETROVISOR"
 PETISTA DIZ QUE É "CONFORTÁVEL" PARA ADVERSÁRIO ESQUECER PASSADO
 MARINA SE APRESENTA COMO 3ª VIA
 PLÍNIO FAZ PAPEL DE PROVOCADOR

Marlene Bergamo/Folhapress
Da esq. para a dir., Serra, Marina, Dilma e Plínio, no debate da Band, ontem à noite

DE SÃO PAULO

No primeiro confronto na TV da campanha à Presidência da República, os dois candidatos que ocupam a dianteira nas pesquisas, José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), polarizaram ontem o debate da Band. Apesar do embate direto, ambos não tocaram em temas espinhosos da campanha.
O tucano adotou tom mais duro, mas evitou citar o nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Do outro lado, a petista explorou realizações do governo petista e insistiu numa comparação entre a atual gestão e a de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
Serra protestou: "Não devemos fazer campanha com o olho no retrovisor". Na réplica, ela devolveu: "Acho muito confortável que a gente esqueça o passado, mas não acho prudente".
Marina Silva (PV) apostou em se apresentar como "terceira via". Lembrou do passado no PT e disse hoje ser "capaz de esquecer as divergências que muitas vezes são da oposição pela oposição".
Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) fez o papel de provocador e foi quem mais gerou reações da plateia, com seu tom irônico.
No início do debate, a petista demonstrou nervosismo, estourou várias vezes seu tempo e teve o microfone cortado. No intervalo, foi alertada pelo marqueteiro João Santana a responder olhando para as câmeras -apareceu várias vezes de lado- e se soltou um pouco.
Serra também deu sinais de irritação ao longo do debate, caminhando com os braços cruzados, bufando e fazendo careta ao ouvi-la. Assim como Dilma, extrapolou seguidas vezes o tempo.
O tucano direcionou o embate para os gargalos de infraestrutura em aeroportos, estradas e portos.
Dilma citou índices recordes de geração de emprego, segundo ela de 14 milhões de carteiras assinadas, e programas com alto índice de aprovação, como o Bolsa Família.
Os dois se confrontaram com propostas na saúde. Serra criticou a interrupção dos mutirões. Dilma disse que eles eram emergenciais.
Na sequência, Serra tentou emparedá-la questionando sobre o que chamou de "crueldade" do governo com as Apaes (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais).
Surpreendida, ela só retomou o tema no final do bloco para dizer que as entidades seriam abastecidas pelo Fundeb (fundo de educação do ensino básico).
Nas considerações finais, tanto Serra quanto Dilma se mostraram emocionados e embargaram a voz. O tucano citou a filha, Verônica, os "pais modestos" e falou da biografia. A petista enalteceu a passagem pela Casa Civil, disse que sua candidatura não é um "projeto pessoal" e concluiu afirmando que "as mulheres" estão preparadas para a Presidência.
Segundo o último Datafolha, Serra aparece com 37% das intenções de voto contra 36% de Dilma. Marina tem 10%. Plínio marca 1%.


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