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TV dos sindicalistas emperra na Câmara
Relator Celso Russomanno critica concessão de um segundo canal de TV ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
Sem a emissora de São Caetano do Sul, Canal dos Trabalhadores, que estreará no dia 23, só vai atingir Mogi das Cruzes
ELVIRA LOBATO
DO RIO
Emperrou na Câmara dos
Deputados o processo para a
concessão do segundo canal
de televisão educativa ao
Sindicato dos Metalúrgicos
do ABC -o canal 45, em São
Caetano do Sul-, que foi autorizado pelo presidente Lula, em maio do ano passado.
Ele estenderia a 70% da região metropolitana de São
Paulo o sinal da TV dos Trabalhadores, que será inaugurada no dia 23, pelo canal 46,
de Mogi das Cruzes. Lula deve ser a principal estrela da
festa de inauguração.
O canal de Mogi -que
também foi concedido pelo
presidente Lula, em 2005-
só pode ser captado naquele
município. Por isso Lula, que
construiu sua carreira política a partir do sindicato, autorizou o segundo canal.
Na gestão de Lula, os metalúrgicos do ABC receberam
duas rádios FM educativas:
uma em São Vicente, no litoral paulista, em 2007, e a outra em Mogi das Cruzes, em
abril de 2009. As concessões
são em nome da Fundação
Sociedade Comunicação,
Cultura e Trabalho, mantida
pelo sindicato.
DOIS DONOS
O processo do segundo canal de TV está há um ano na
Comissão de Ciência, Tecnologia e Informática da Câmara, porque constatou-se que
o canal foi entregue, há 20
anos, à Sociedade de Teleeducação Comunitária São
Caetano, que retransmite a
Rede Brasil de Televisão.
O relator do processo na
comissão é o deputado Celso
Russomanno, candidato do
PP ao governo de São Paulo.
""A concessão dada ao sindicato foi um erro", diz Russomanno, que até o início da
campanha tinha um programa na Rede Brasil. Ele diz
que não vê conflito de interesse ao relatar o caso, pois a
empresa teria provado direito adquirido sobre o canal.
Ele disse que, se o governo
não criar um novo canal para
resolver o impasse, seu relatório será contrário à concessão ao sindicato.
No cadastro da Anatel, o
canal está em nome da retransmissora da Rede Brasil.
Segundo um executivo da
agência reguladora, o governo busca uma solução para o
problema, mas não é simples
criar um novo canal em São
Paulo, por causa do congestionamento das frequências.
PARCERIA
O sindicato fez um acordo
com a Rede NGT (emissora
educativa) para transmitir a
programação da TV dos Trabalhadores para São Paulo,
pelo canal 48.
A TV terá uma hora e meia
diária de programação própria. O restante da grade será
ocupada com programação
gerada pela TV Brasil, do governo federal.
O sindicato diz ter investido R$ 1 milhão em sua emissora, que terá 70 empregados
e uma folha salarial estimada
de R$ 400 mil por mês.
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