Hilton Campos, ex-prefeito de Juína, nega "cárcere privado"

RODRIGO VARGAS
DE CUIABÁ

O Ministério Público Federal de Mato Grosso denunciou políticos e empresários de Juína (MT) sob acusação de sequestro, cárcere privado e constrangimento ilegal contra jornalistas e ambientalistas que tentavam produzir documentário sobre os índios enawene nawe.
Entre os denunciados estão o ex-prefeito Hilton Campos (PR) e o ex-presidente da Câmara Municipal Francisco de Assis Pedroso (DEM).
O episódio ocorreu entre 20 e 21 de agosto de 2007 e envolveu um fotógrafo brasileiro, dois jornalistas franceses e integrantes das ONGs Greenpeace e Opan (Operação Amazônia Nativa).
O grupo estava em um hotel da cidade e se preparava para seguir para a terra indígena. Pela manhã, foi surpreendido por uma manifestação que cercou o local.
"Fazendeiros, empresários e autoridades da cidade cercaram o hotel onde estavam hospedados os repórteres e ambientalistas e exigiram que eles se retirassem", diz, em nota, a Procuradoria.
O grupo foi levado à Câmara para que explicasse sua presença na região. Ao final da sessão, segundo a denúncia, foram levados de volta ao hotel e, no dia seguinte, escoltado até o aeroporto.
Campos disse que responderá à ação com "tranquilidade". "Não houve nenhuma agressão ou cárcere privado. Agora, nunca vou deixar de defender um povo que abriu isso aqui há 30 anos e que pode perder tudo por causa de 370 índios", disse.
Pedroso disse que participou do episódio na condição de "mediador".


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