São Paulo, sábado, 06 de novembro de 2010

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Família de Mayara sofre bullying, afirma pai

ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
DE SÃO PAULO

A família da estudante de direito Mayara Petruso, 21, é alvo de bullying pelas mensagens anti-nordestinas da jovem. É o que disse à Folha o pai de Mayara, o empresário Antonino Petruso.
Os comentários maldosos começaram, segundo o empresário, quando um professor de sua filha caçula, de 19 anos, mencionou em sala de aula a polêmica.
A irmã de Mayara também estuda direito, em uma faculdade de Bragança Paulista (interior de São Paulo), onde vive a família.
Mayara é investigada pelo Ministério Público Federal de São Paulo, a pedido da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Pernambuco.
No domingo, após Dilma Rousseff (PT) vencer as eleições presidenciais, Mayara publicou a seguinte mensagem em seu Twitter: "Nordestino não é gente. Faça um favor a SP: mate um nordestino afogado".
Ela é acusada pela OAB de cometer crimes de racismo e incitação a homicídio.

CRÍTICAS
O empresário Antonino criticou a declaração de sua filha -fruto de um caso extraconjugal no fim dos anos 80 -, que, segundo ele, causou efeito colateral indesejado para toda a família.
"Tenho raiva de quem faz preconceito, seja amarelo, branco, azul, pobre. Se ela [Mayara] realmente escreveu aquilo, vai ter que pagar."
Dono do Supermercado do Papai, em Bragança Paulista, ele afirma não ter um bom relacionamento com Mayara.
Sobre o bullying contra sua filha caçula, lamentou que a posição de Mayara seja confundida com a do restante da família:
"A gente acha que os tempos são modernos, mas ainda é como Roma. O pessoal mata e depois aplaude."
Antonino alegou que vai repensar a ajudar financeira mensal que dá à filha.
Ele também disse ter estranhado a mensagem de Mayara, descrita como "carinhosa, que adora bichos".
Estudante do sexto período, Mayara não tem ido às aulas, a poucos metros do apartamento onde mora sozinha, na Liberdade.

OUTRO LADO
Ontem, a Folha esteve na casa apontada por familiares como sendo da mãe dela, em Bragança Paulista, para tentar ouvir sua versão, mas não obteve sucesso.


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