São Paulo, domingo, 06 de novembro de 2011 |
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Tucanos são campeões de emendas em SP Governo do Estado privilegiou líderes do PSDB ao liberar recursos para obras indicadas pelos deputados Pelo menos cinco aliados conseguiram o pagamento de verbas acima da cota anual de R$ 2 mi por deputado SILVIO NAVARRO RODRIGO VIZEU DE SÃO PAULO Administrado pelo PSDB há 16 anos, o governo de São Paulo privilegiou um seleto grupo de deputados estaduais tucanos ao liberar recursos para obras indicadas pelos políticos ao Orçamento do Estado. A lista dos que mais captaram verbas para emendas de 2007 a 2010 é encabeçada pelo atual presidente da Assembleia Legislativa, Barros Munhoz (PSDB), reeleito para o cargo neste ano. Antes, o tucano foi líder da gestão José Serra (PSDB) na Casa. Os dados foram tornados públicos pela primeira vez anteontem pela Secretaria de Fazenda do Estado e envolvem as administrações de José Serra e do seu sucessor, Alberto Goldman (PSDB). Além de Munhoz, que apadrinhou a liberação de R$ 11,5 milhões em quatro anos -R$ 5,6 milhões só no ano eleitoral-, pelo menos outros quatro deputados conseguiram recursos acima da cota informal de R$ 2 milhões anuais para cada deputado. São eles os tucanos Vaz de Lima, antecessor de Munhoz no cargo, o atual secretário estadual Paulo Alexandre Barbosa (Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia) e Roberto Engler, escolhido para ser o relator do Orçamento neste ano. Também aparece no topo do ranking o presidente estadual e líder do PTB, Campos Machado, um dos articuladores do acordo nos bastidores para encerrar a investigação sobre venda de emendas no Conselho de Ética da Casa. Machado disse que as liberações para suas indicações estão "rigorosamente dentro do estipulado". Ele obteve R$ 8,8 milhões, sendo que R$ 620 mil só saíram do caixa do governo neste ano. Para tentar facilitar a liberação de verbas, os deputados do PT, principal sigla de oposição ao governo estadual, apresentaram diversas emendas em nome da bancada, ou seja, em conjunto. Conseguiram captar um total de R$ 11,8 milhões. As emendas são cobiçadas pelos parlamentares porque são recursos para pequenas obras ou compra de equipamentos em seus redutos eleitorais. A divulgação dos padrinhos das indicações foi feita após a crise gerada com as afirmações do deputado Roque Barbiere (PTB), segundo quem seus colegas negociariam emendas com empreiteiras. As emendas do petebista somam R$ 6 milhões. Barbiere não revelou nomes e o caso acabou abafado na Assembleia. O Ministério Público abriu inquérito para apurar irregularidades. FLUXO Os dados divulgados apontam ainda que, desde 2007, houve aumento progressivo no montante liberado, atingindo o auge de R$ 257 milhões no ano passado, quando a maioria dos deputados foi às urnas tentar a renovação do mandato. Neste ano, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) pagou R$ 45 milhões em emendas, sendo R$ 26 milhões em atrasados do ano passado, os chamados "restos a pagar" no jargão orçamentário. Procurado desde quinta-feira, Barros Munhoz não se manifestou. Vaz de Lima, Roberto Engler e Paulo Alexandre não foram localizados até o fechamento desta edição. LICENÇA A Mesa Diretora da Assembleia concedeu ontem licença-paternidade a Barbiere, cuja filha nasceu prematura no início de outubro. Texto Anterior: Janio de Freitas: A improbidade protegida Próximo Texto: Detalhista na gestão, Dilma é criticada por atrasar programas Índice | Comunicar Erros |
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