São Paulo, domingo, 06 de novembro de 2011 |
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Trabalho cobraria propina, diz revista Assessores do ministério negociariam comissão com ONGs para resolver 'pendências' em contratos de qualificação Ministro Carlos Lupi determinou a abertura de uma investigação interna e afastou coordenador da pasta
DE BRASÍLIA Integrantes do Ministério do Trabalho cobrariam propina para liberar repasses para organizações não governamentais , diz reportagem da revista "Veja" desta semana. De acordo com a publicação, funcionários e ex-funcionários de órgãos de controle da pasta exigiriam comissão de 5% a 15% do valor dos convênios para resolver "pendências" nos contratos. Ontem, depois de publicada a reportagem, o ministro Carlos Lupi (Trabalho) determinou a abertura de uma investigação interna e afastou o coordenador-geral de qualificação da pasta, Anderson Alexandre dos Santos. Santos e o deputado federal Weverton Rocha (PDT-MA), que até outubro era assessor especial de Lupi, são apontados pela revista como integrantes do esquema de extorsão. Os dois não foram localizados ontem. O esquema também envolveria Marcelo Panella, ex-chefe de gabinete do ministro. Ele teria deixado a pasta após deputados do PDT, partido de Lupi, terem denunciado à chefia de gabinete da presidente Dilma Rousseff o suposto esquema na pasta. À revista Panella negou a acusação e disse que saiu porque não teria se adaptado a Brasília. Lupi disse que "não vê fundamento" nas acusações. "Denúncia em que o denunciante não aparece é algo que nos deixa na dúvida de saber qual o interesse da denúncia. Quem denuncia tem que apresenta provas", disse. Ele afirmou que o ministério fez um pente fino completo dos convênios com entidades sem fins lucrativos. "Eu repito sempre que sou como cana de canavial: nem facão nem a queimada arranca minha raiz. Vou até o fim", afirmou, completando: "Tem muita gente graúda incomodada com a minha presença no ministério, mas pode dizer que eles vão ter que me engolir." Uma das ONGs que aparecem na reportagem é o Instituto Êpa, do Rio Grande do Norte. Os dirigentes da ONG foram levados a Lupi pelo ministro Garibaldi Aves (Previdência), do mesmo Estado da entidade. Garibaldi confirma o encontro. "O Lupi chamou a assessoria dele e disse que não poderia atendê-los porque havia problemas na prestação de contas", afirmou Garibaldi. A Folha não conseguiu contato com o instituto. De acordo com a revista, o esquema funcionaria da seguinte forma: o ministério firma contratos com ONGs para a realização de cursos sobre capacitação profissional e, depois, cria pendências que só seriam sanadas mediante repasse de comissão. A reportagem afirma que, ao procurar a pasta, os representes das ONGs seriam informados pelos integrantes do esquema que só voltariam a receber o dinheiro se pagarem o "pedágio". Texto Anterior: A lição da Foxconn aos comissários Próximo Texto: PSDB revê ideais para tentar voltar ao poder em 2015 Índice | Comunicar Erros |
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